sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Respostas

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Pergunta Margarida (II):":
Dois factos indesmentíveis:

1 - Entre Kirsty e o motorista, um deles está obviamente a mentir. Mas é irrelevante saber qual, porque o que interessa é que alguém próximo de Xanana está a inventar uma história conveniente para não o comprometer. Por alguma razão será.

2 - Xanana ficou impávido e sereno depois de saber o que tinha acontecido ao PR e só saiu de casa depois de ter conhecimento de que o PR tinha escapado.

Peticionários entregam-se

Cerca de 180 peticionários foram-se entregando nos últimos dias às forças de segurança e já estão no centro de acantonamento em Comoro, especialmente criado para o efeito uns dias antes dos ataques de dia 11 de Fevereiro..

Na maioria entregaram-se à PNTL e à UNPOL

Cerca de cinco quiseram que fosse a GNR a ir buscá-los, temendo algumas represálias, e hoje um grupo de mais quatro também se entregou em condições especiais.

Não sabemos se algum deles fez parte do ataque de dia 11 de Fevereiro.

Ramos-Horta mantém-se "calmo" e "ganha consciência aos poucos" - irmã

Lisboa, 22 Fev (Lusa) - O estado do presidente de Timor-Leste, internado num hospital da cidade australiana de Darwin, continua a evoluir favoravelmente e José Ramos-Horta está "calmo" e "a ganhar consciência aos poucos", disse hoje à Lusa uma das suas irmãs.

Contactada telefonicamente pela Lusa em Darwin, Romana Horta disse que o chefe de Estado timorense, alvo de um atentado em Díli a 11 de Fevereiro, "já está a comer sopa e a beber sumo, alimenta-se em doses pequenas que vão aumentando aos poucos até poder ser retirada a alimentação líquida", o que deverá acontecer já no sábado ou domingo.

A irmã mais nova da família Horta disse ainda que está previsto que o presidente timorense, que esteve até quarta-feira em coma induzido, mude sábado para um novo quarto, com janelas para o exterior, ao contrário do actual.

Nos momentos de consciência registados nas últimas horas, José Ramos-Horta pergunta à família sobretudo "que dia é e que horas são", referiu Romana Horta.

"Não fala ainda à vontade. Sabe que foi baleado, mas não ainda do que lhe aconteceu. Está indeciso", disse à Lusa a irmã do presidente timorense.

O mesmo afirmava na quinta-feira o director do Royal Darwin Hospital, Len Notaras: embora saiba ter sido alvejado, Horta "estará ainda muito confuso" para falar sobre o atentado, depois do prolongado estado de inconsciência.

"Ele (Ramos-Horta) sabe, com certeza, que foi alvejado e que isso foi uma experiência traumática. Quanto aos responsáveis pelo ataque e aos restantes pormenores, já não terei tanta certeza. Diria que, devido ao trauma, haverá provavelmente ainda grande confusão", disse.

Ramos-Horta já foi operado em cinco ocasiões - uma ainda em Díli e quatro em Darwin, cidade do norte da Austrália.

"Assim que recuperar a capacidade de orientação, será já capaz de conseguir maior clareza nos seus pensamentos. Mas é preciso que o mantenhamos relaxado e livre de qualquer ambiente de stress para que possa permitir que o seu corpo recupere", acrescentou Len Notaras.

Segundo Romana Horta, o presidente timorense tem passado todas as noites sempre acompanhado por um dos seus familiares, que já têm acesso praticamente livre ao quarto, dois de cada vez.

"Está mais calmo, aos poucos toma consciência. Dá conta da presença dos irmãos, sabe que estão todos com ele. É um homem forte, e como tem a família toda à volta, tem mais confiança", disse Romana Horta à Lusa.

Um duplo atentado visou a 11 de Fevereiro o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, e o presidente e prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido e teve de ser transferido para Darwin.

Os médicos dizem que Ramos-Horta deverá continuar na unidade de cuidados intensivos por mais tempo e provavelmente será submetido a "outra cirurgia menor".

Os médicos australianos têm-se mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitindo que venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

PDF/JSD
Lusa/Fim

PR interino prolonga estado de sítio por 30 dias

Díli, 22 Fev (Lusa) - O presidente interino de Timor-Leste, Fernando "La Sama" de Araújo, prolongou hoje o estado de sítio no país por 30 dias.

O estado de sítio devia terminar sábado, mas o Governo propôs quinta-feira a Fernando "La Sama" de Araújo o prolongamento da medida por 30 dias, por continuarem "à solta e impunes" os suspeitos dos ataques de 11 de Fevereiro contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

A decisão hoje anunciada reduz em duas horas o período de recolher obrigatório, que passa a iniciar-se às 22:00 locais (13:00 de Lisboa), em vez das 20:00, e termina às 06:00.

A alteração destina-se a reduzir ao mínimo os efeitos do recolher obrigatório sobre a actividade económica e social, segundo o presidente.

O estado de sítio permite a possibilidade de buscas domiciliárias durante a noite, desde que com mandado judicial.

Mantém-se a restrição do direito de manifestação e de reunião.

O prolongamento do estado de sítio foi alvo de um parecer favorável do Conselho de Estado e do Conselho Superior de Defesa e Segurança, que se reuniram hoje em simultâneo, e foi aprovado pelo Parlamento Nacional.

O estado de sítio foi decretado inicialmente por 48 horas após os ataques de 11 de Fevereiro, mas depois foi prolongado por dez dias, até 23 de Fevereiro (sábado).

A 11 de Fevereiro, José Ramos-Horta foi gravemente ferido a tiro durante um ataque à sua residência, em que morreu o major Alfredo Reinado, e Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada.

PRM/PNG.
Lusa/Fim

Pergunta Margarida (II):

1 – Conforme texto do The Australian de 21/02 o motorista do Xanana, Adolfo Suarez dos Santos disse que “por volta das 6.15 am na última Segunda-feira, um dos conselheiros do Primeiro-Ministro, Joaquim Fonseca, lhe ligou a dizer que o complexo do Presidente José Ramos Horta estava sob ataque”. Veja aqui:
http://timor-online.blogspot.com/2008/02/gusmao-driver-tells-of-headlong-flight.html

2 - Porém a mulher do Xanana, Kirsty, segundo a Lusa de 15/02 disse que a “notícia do ataque contra o Presidente foi dado ao casal Gusmão por um condutor do primeiro-ministro, "cerca das 07:30 da manhã", quando "estava a vestir as crianças para a escola”. A notícia do ataque contra o Presidente foi dado ao casal Gusmão por um condutor do primeiro-ministro, "cerca das 07:30 da manhã", "estava a vestir as crianças para a escola” (…)"Claro que, quando ouviu do ataque e dos rumores de que o Presidente estava ferido, o meu marido vestiu-se muito à pressa, para sair.” Veja aqui:
http://timor-online.blogspot.com/2008/02/o-dia-mais-perigoso-da-minha-vida-diz.html

3 – Segundo o mesmo texto do Australian o motorista Adolfo Suarez dos Santos, contara ainda que “o Sr Gusmão também nunca andava com telefone. A bateria do seu próprio telefone estava demasiado em baixo para ele ligar”.

4- Mas à Lusa a Kirsty dissera: "Quando ligou a Xanana Gusmão e obteve finalmente resposta pelo telemóvel, percebeu que o marido estava a ser atacado. "Só ouvi o Xanana a gritar e disparos", "Queria contar-lhe que estávamos cercados, mas percebi de imediato que ele tinha os seus próprios problemas”.

Em ambas as situações – hora em que Xanana soube do ataque à casa de Ramos-Horta e ter estado alegadamente incontactável até Ramos-Horta estar a chegar ao hospital – alguém está a mentir.

E fica provado que de facto Xanana saiu de casa APENAS depois do PR ter sido socorrido pelo INEM.

Não acham que é COINCIDÊNCIA a mais Xanana só se ter mexido DEPOIS de saber que afinal o PR fora apenas ferido e estava a ser devidamente socorrido?

Timor-Leste: Operação conjunta "começa hoje"

Díli, 22 Fev (Lusa) - A operação conjunta "Halibur" ("juntar") contra o grupo liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha "começa hoje", anunciou o chefe-do-Estado-Maior-general das Forças Armadas timorenses, brigadeiro-general Taur Matan Ruak.

As forças militares e policiais envolvidas na operação foram hoje apresentadas numa parada militar em Díli, com revista às tropas pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

O Comando Conjunto entre Forças Armadas e Polícia Nacional concretiza uma decisão do Conselho de Ministros de 17 de Fevereiro, em resposta aos ataques contra o Presidente da República e o primeiro-ministro.

"Passados somente cinco dias e sempre em estreita cooperação e coordenação com os órgãos de soberania, consideramos que estamos prontos", afirmou hoje o brigadeiro-general Ruak diante de elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste e da PNTL.

"Quero lembrar-lhes que somos todos timorenses e como timorenses temos todos a obrigação e o dever de contribuir para a estabilidade do nosso país", declarou o brigadeiro-general Taur Matan Ruak.

"Este povo já sofreu demasiado e por muito tempo. Não merece mais sofrimento", acrescentou o comandante timorense, dirigindo-se aos peticionários das Forças Armadas que ainda não entraram no processo de acantonamento e aos líderes políticos do país.

"É para mim completamente inaceitável que esse sofrimento tenha origem nos seus próprios irmãos", concluiu Taur Matan Ruak.

"Estamos prontos para conduzir as operações mas também estamos prontos para que se entreguem e para que cooperem. Só que agora, essa entrega e essa cooperação têm que ser imediatas", disse ainda o CEMGFA timorense.

PRM

Portugal defende "presença forte" das Nações Unidas no país

Luanda, 22 Fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, considerou hoje "fundamental" que as Nações Unidas mantenham "uma presença forte" em Timor-Leste devido à "frágil" situação que o país atravessa.

Luís Amado, que se encontra em Angola no segundo dia de uma visita oficial, adiantou que "sem a presença forte da comunidade internacional", através das Nações Unidas, Portugal vê ainda com "alguma dificuldade" a possibilidade de o país recuperar da situação de crise em que caiu.

O responsável pela diplomacia portuguesa referia-se aos "acontecimentos sucessivos" que foram marcando a vida de Timor-Leste depois da independência".

Segundo o ministro, a actual situação do país, "ainda muito frágil", com as instituições democráticas "muito débeis", justifica a "presença forte" da ONU em Timor-Leste.

O Conselho de Segurança da ONU debateu quinta-feira, em Nova Iorque, a situação em Díli, à luz da renovação do mandato da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), que termina no final do mês.

Na reunião, o embaixador de Timor-Leste na ONU, Nelson Santos, reafirmou a necessidade de manter os "capacetes azuis" no país de forma a consolidar a paz e a segurança, face aos recentes atentados contra o presidente e primeiro-ministro e ao "ambiente frágil e inconstante".

Num desses atentados, o presidente José Ramos-Horta ficou gravemente ferido e foi transferido para um hospital de Darwin, na Austrália, enquanto o primeiro-ministro Xanana Gusmão saiu ileso num segundo ataque.

Nelson Santos reconheceu, perante o Conselho de Segurança, a "inestimável contribuição das Nações Unidas e a necessidade da presença contínua e constante no país".

As Nações Unidas têm em Timor-Leste 33 observadores e cerca de 1.500 polícias internacionais e 1.200 civis.

A GNR integra a Polícia das Nações Unidas (UNPol) em Timor-Leste.

"O governo acredita seriamente que a continuidade do compromisso das Nações Unidas é importante para estabilizar a situação, fortalecer as nossas instituições e consolidar a paz e a democracia", afirmou Nelson Santos, lembrando que o apoio da ONU é essencial durante as próximas eleições, agendadas para 2012.

NME/RB/JP
Lusa/Fim

Timor Leste: La autodeterminación en riesgo

Fride (Fundación para las Relaciones Internacionales y el Diálogo Exterior) - febrero de 2008

José Manuel Pureza*, Núcleo de Estudios de Paz,Centro de Estudios Sociales, Universidad de Coimbra

Los atentados del 10 de febrero contra el Presidente Ramos Horta y el Primer Ministro Xanana Gusmão ponen de relieve no solamente la fragilidad de las instituciones timorenses, sobretodo en el dominio de la seguridad, sino también el clima de mal estar y la turbulencia que están instalados en el sistema político del país hace ya varios años.

Timor Leste ha vivido los primeros años de su existencia como Estado en una situación próxima a la de un protectorado internacional, en que Naciones Unidas ha dirigido los principales mecanismos de gobierno del territorio. Ya en los primeros años de la pos-independencia se ha verifi cado una clara escisión en el liderazgo político del país: por un lado, el partido heredero de la lucha de resistencia a la ocupación indonesia – la FRETILIN, del ex primer ministro Mari Alkatiri – y, por el otro una línea más próxima a los modelos de reconstrucción dominantes (con primacía del mercado y de las fórmulas institucionales y jurídicas demo-liberales, protagonizado por Ramos Horta y Xanana Gusmão.

Por otra parte, es extremadamente importante para entender la evolución más reciente de la política timorense atentar en el marco geoestratégico regional. La negociación de la explotación de los recursos petroleros del Mar de Timor con Australia ha estado en el origen de presiones muy claras en el sentido de un cambio de políticas y de políticos en Timor. La fi rma del acuerdo entre los dos países en mayo de 2002 no ha puesto fi n a esas tensiones. Efectivamente, Australia no ha disfrazado nunca su oposición al gobierno de la FRETILN, sobretodo porque el entonces primer ministro Alkatiri se ha afirmado como un negociador muy duro y sin dejar margen de maniobra favorable a los intereses de las petroleras y de Australia. A esa presión externa se ha sumado la oposición creciente de la Iglesia católica, de enorme influencia social y política, a las políticas de secularización puestas en marcha por el gobierno.

Pero, el elemento más próximo que ha desencadenado la actual crisis ha sido la incapacidad de reformar el sector de seguridad y de estructurar unas fuerzas armadas adecuadas a la construcción democrática del Estado. La sobre-politización del proceso ha dado lugar no solamente a una escisión institucional, material y política entre el ejército y las fuerzas de seguridad sino también a una tensión inter-étnica en el interior de las fuerzas armadas (entre lorosaes y loromonos). Esas tensiones han explotado en 2006, con una crisis muy fuerte en que se acusa al gobierno de la FRETILIN de haber distribuido armas a los civiles. Es en este contexto que Alfredo Reinado, comandante de la Policía Militar, abandona su puesto y empieza una lucha armada contra el gobierno y las instituciones legítimas. Su retórica de justificación ha enfatizado la necesidad de regreso a una práctica genuinamente democrática y no discriminatoria. Pero, más allá de la retórica, ha sido evidente una estrategia para fragilizar el poder político de Dili. Y que esa estrategia favorecía algunos intereses concretos se refl eja en que, una vez detenido, Reinado haya escapado de la prisión con su grupo, todavía en 2006, bajo la pasividad de las fuerzas (australianas y neozelandesas) de vigilancia a la prisión y se haya mantenido en plena libertad (con frecuentes contactos con los medios de comunicación) en el territorio de Timor Leste, hasta hoy. Se trataba efectivamente de un hombre tolerado o incluso protegido por los interesados en la fragilidad del poder timorense. No sorprende, en este marco político, que los mismos que han reclamado la salida rápida de las fuerzas de Naciones Unidas (Australia de John Howard y Estados Unidos de Bush) hayan sido los primeros en proponer el envío de tropas para poner fin a la crisis de 2006, con Australia a la cabeza de los países “donantes” de tropas para esta finalidad.

Los resultados de las elecciones presidenciales y legislativas del 2007 han determinado el fin del poder de la FRETILIN, que a pesar de ser el partido más votado (29,02% de los votos), no ha conseguido evitar la pérdida de la mayoría. El objetivo esencial de la presión internacional desde 2006 puede parecer plenamente obtenido: la sustitución de Mari Alkatiri por Xanana Gusmão como primer ministro anticipaba una orientación política distinta de la que había seguido FRETILIN y una mayor proximidad a la agenda australiana para la región. Sin embargo, este cambio no ha terminado con las tensiones referidas. El actual Presidente de la República, Ramos Horta, a la vez de hacer actuar los mecanismos de un Estado de derecho, ha decidido seguir una vía de negociación directa con Reinado y los otros disidentes de las fuerzas armadas timorenses. Con los resultados trágicos que se conocen.

Nadie sabe las motivaciones reales del atentado contra la vida del presidente y del primerministro. Además, tres días después de los sucesos, se habla exclusivamente del atentado contra Ramos Horta y casi se ha olvidado lo que supuestamente pretendía matar a Xanana Gusmão. Puede que la negociación con Reinado haya llegado a un límite y que él se haya sentido atrapado. Puede que la negociación haya conducido a una solución personal razonable para Reinado pero en un marco político que introduciría ciertos límites a la dinámica de sumisión de Timor a la hegemonía regional de Australia.

De todas maneras, subsisten tres problemas fundamentales, más allá de la petite histoire. El primero es que la actual tendencia del liderazgo político timorense de olvidar el pasado y conducir una política de máxima inclusión, recuperando enemigos de la autodeterminación de Timor Leste y exhibiendo charme para con los anteriores ocupantes y torturadores, ha llegado claramente a su límite. En segundo lugar, la comunidad internacional sigue con una responsabilidad fundamental en el apoyo a una efectiva reforma del sector de seguridad pública. La presencia de fuerzas armadas y policiales internacionales ha sido reforzada pero sigue sin solución la cuestión de fondo de la formación de unas fuerzas armadas nacionales y bajo un mando democrático del poder civil legítimo.

Además, los hechos críticos desde 2002 ponen de manifiesto la necesidad urgente de profundizar las dinámicas de reconciliación nacional, apenas empezadas y al nivel de las elites políticas e institucionales. Por último, parece incuestionable que lo que está en juego en estos días en Timor Leste es la autodeterminación misma de su pueblo. La fragilidad institucional del Estado está funcionando como justificación para una tutela cada vez más fuerte y clara, ejercida desde fuera hacia dentro y motivando reacciones crecientes de crítica a esa opción del gobierno de Dili.

Centrar todo en la frágil democracia o en la vulnerabilidad de las instituciones es olvidar que la fragilidad no es un dato sino una construcción que favorece a unos intereses y perjudica siempre al pueblo de Timor Leste.

- * Bio autor: José Manuel Pureza
José Manuel Pureza es doctor en Sociologia de las Relaciones Internacionales por la Universidad de Coimbra. Es investigador del Centro de Estudios Sociales
de la Universidad de Coimbra, donde coordina el Núcleo de Estudios de Paz.


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Ten questions for... Tom Hyland

RTÉ (Irlanda) - 22 Feb 2008

Minister for Foreign Affairs Dermot Ahern is currently on a three-day visit to Timor-Leste (formerly East Timor). The visit went ahead despite an attempted
coup last week when the president was shot twice.

Yesterday it was announced that the former Northern Ireland Police Ombudsman, Nuala O'Loan, is to serve as special envoy to Timor-Leste further strengthening Ireland's links with the Southeast Asian country.

To get some further insight into Timor-Leste we asked Tom Hyland some questions.

The former Dublin Bus driver who teaches English in Timor-Leste has been at the forefront of the campaign to highlight the issue in Ireland for more than a decade.


RTÉ.ie: Has the situation calmed down since last week's violence?

Tom Hyland: Yes, we still have a night time curfew in place and that will last until 23 February.

RTÉ.ie: Who do you think was responsible for the attacks on President José Ramos-Horta?

TH: It is claimed that the attacks were carried out a group of rebels who used to be members of the army. Two of them were killed during an exchange of gunfire at the president's house. One was the leader of the rebels, Major Alfredo Reinado.

RTÉ.ie: What type of a role can Ireland play in Timor-Leste?

TH: We have a very important role in the area of conflict resolution. We have some lessons from the Northern Ireland Peace Process that might be shared. We also need to share our lessons on how we developed our economy, particularly in the area of youth unemployment.

RTÉ.ie: Why is Dermot Ahern's visit so important?

TH: It is very important for a number of reasons:

1. It is a signal of support and solidarity following the terrible events of last week and Mr Ahern has taken time out to come and speak on the issue of conflict resolution given our own experiences in the Good Friday agreement.

Also that he has touched on the importance of economic growth in Timor-Leste so that young people have a vested interest in the future of this country. We were very supportive of the Timorese in their struggle for liberation. Mr Ahern also played an important role in bringing the peace process to fruition.

2. We have a very excellent development aid program through Irish Aid which targets the poor and marginalised people of this country.

3. The Timorese look to Ireland as a model on how they can bring peace to their country and prosperity to their people.

RTÉ.ie: How is the relationship between Indonesia and Timor-Leste developing?

TH: Very well. There have been a number of very high level visits to Indonesia and vice-versa. Indonesia is a very important trading neighbour for Timor-Leste and many Timorese students are now studying in Indonesia with the assistance of the Indonesian government.

RTÉ.ie: What brought you to Timor-Leste, and what type of work are you doing there?

TH: I came to Timor to see if there is a role I can play following independence. I teach English and work with a number of community groups.

RTÉ.ie: What are NGOs in Timor-Leste able to achieve in the current climate?

TH: They play a vital role in a number of areas including womens' rights, protection of the environment, protecting human rights, and disseminating information. There are many local NGOs who are very important in this society. They are involved with young people, community groups, unemployment issues, womens' rights, domestic violence, peace issues etc.

RTÉ.ie: Since gaining its independence, the situation has remained turbulent at times. What is the outlook like for Timor-Leste's future, and what challenges does it face?

TH: The issue of unemployment and poverty is the most important issue facing this country. If Timor can offer economic prosperity to its people the future looks good. However, this is not going to happen overnight and the leadership will have to explain this to the people. People need to see the benefits of independence.

RTÉ.ie: Why do you think Timor-Leste has remained largely out of the international headlines?

TH: Well events in Iraq and Kosovo have overtaken Timor. It is only when we have some crisis that we get media interest and that usually is for a short time.
But I do hope there is more to Timor that this. It is a very beautiful place and will be one of the most attractive tourist destinations in the next few years.

RTÉ.ie: Nuala O'Loan has been as a special envoy appointed for conflict resolution in East Timor. What do you think of this development?

TH: The appointment of Nuala O'Loan is a most welcome initiative from the Irish government. She has wide experience not only in the area of policing but also on the economic front. I look forward to welcoming her to Timor in the not-too-distant future.

The appointment of such an eminent person is an indication of the seriousness to which the Irish government and Minister attaches to the issue of Timor-Leste. We in Timor are delighted with the appointment.

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Tradução:

Dez perguntas para... Tom Hyland

RTÉ (Irlanda) - 22 Fev 2008

O Ministro dos Negócios Estrangeiros Dermot Ahern está correntemente numa visita de três dias a Timor-Leste. A visita realizou-se apesar duma tentativa de golpe na semana passada quando o presidente foi baleado duas vezes.

Ontem foi anunciado que a antiga Ombudsman da Polícia da Irlanda do Norte, Nuala O'Loan, vai server como enviada especial para Timor-Leste para reforçar mais os laços da Irlanda com o país do Sudeste Asiático.

Para obtermos alguma informação sobre Timor-Leste fizemos algumas perguntas a Tom Hyland.

O antigo motorista de autocarros de Dublin que ensina Inglês em Timor-Leste tem estado à frente duma campanha para divulgar a questão na Irlanda há mais duma década.


RTÉ.ie: A situação acalmou desde a violência da semana passada?

Tom Hyland: Sim, temos ainda a imposição do recolher obrigatório que vai durar até 23 de Fevereiro.

RTÉ.ie: Quem é que pensa que foi responsável pelos ataques ao Presidente José Ramos-Horta?

TH: É afirmado que os ataques foram feitos por um grupo de amotinados que antes tinham sido membros das forças armadas. Dois deles foram mortos durante a troca de tiros em casa do presidente. Um foi o líder dos amotinados, Major Alfredo Reinado.

RTÉ.ie: Que papel pode a Irlanda ter em Timor-Leste?

TH: Temos um papel muito importante na área da resolução de conflitos. Temos algumas lições que podem ser partilhados do Processo de Paz da Irlanda do Norte. Precisamos também de partilhar as nossas lições sobre como desenvolvemos a nossa economia, particularmente na área do desemprego juvenil.

RTÉ.ie: Porque é que a visita de Dermot Ahern é tão importante?

TH: É muito importante por uma série de razões:

1. É um sinal de apoio e de solidariedade depois dos eventos terríveis da semana passada e o Sr Ahern tirou tempo para vir e falar da questão da resolução de conflito dadas as nossas próprias experiências no acordo de Sexta-feira de Páscoa.

Ele abordou também a importância do crescimento económico em Timor-Leste de modo a que os jovens tenham mais interesse no futuro deste país. Apoiámos bastante os Timorenses na sua luta de libertação. O Sr Ahern teve também um papel importante na realização do processo de paz.

2. Temos um muito excelente programa de ajuda ao desenvolvimento através da Irish Aid que tem por alvo as pessoas pobres e marginalizadas deste país.

3. Os Timorenses olham para a Irlanda como um modelo sobre como podem trazer a paz para o seu país e a prosperidade para o seu povo.

RTÉ.ie: Como é que se estão a desenvolver as relações entre a Indonésia e Timor-Leste?

TH: Muito bem. Houve uma série de visitas de alto nível para a Indonésia e vice-versa. A Indonésia é um vizinho comercial muito importante para Timor-Leste e muitos estudantes Timorenses estão a estudar agora na Indonésia com a assistência do governo Indonésio.

RTÉ.ie: O que é que o levou para Timor-Leste, e que tipo de trabalho é que está a fazer lá?

TH: Vim para Timor par ver se havia lá um papel para desempenhar a seguir à independência. Ensino Inglês e trabalho com uma série de grupos da comunidade.

RTÉ.ie: O que é que as ONG’s em Timor-Leste podem alcançar no clima corrente?

TH: Elas têm um papel vital numa série de áreas incluindo direitos das mulheres, protecção do ambiente, protecção dos direitos humanos e disseminar informação. Há muitas ONG’s locais que são muito importantes nesta sociedade. Estão envolvidas com jovens, grupos da comunidade, questões do desemprego, direitos das mulheres, violência doméstica, questões da paz, etc.

RTÉ.ie: Desde que ganhou a sua independência, a situação várias vezes manteve-se turbulenta. Qual é a previsão do futuro de Timor-Leste e que desafios enfrenta?

TH: A questão do desemprego e da pobreza são as duas questões mais importantes que o país enfrenta. Se Timor puder oferecer prosperidade económica ao seu povo o futuro parece bom. Contudo isso não vai acontecer do dia para a noite e a liderança terá de explicar isso ao povo. O povo precisa de ver os benefícios da independência.

RTÉ.ie: Porque é que pensa que Timor-Leste tem permanecido largamente fora dos títulos internacionais?

TH: Bem, eventos no Iraque e Kosovo têm ultrapassado Timor. É apenas quando temos uma crise que obtemos o interesse dos media e isso geralmente por um pequeno período de tempo.
Mas tenho esperança que haja mais para Timor que isto. É um belo local e será um dos mais atractivos destinos turísticos nos próximos anos.

RTÉ.ie: Nuala O'Loan foi a enviada especial nomeada para a resolução de conflitos em Timor-Leste. O que pensa deste desenvolvimento?

TH: A nomeação de Nuala O'Loan é uma iniciativa mais bem-vinda do governo Irlandês. Ele tem uma vasta experiência não apenas na área de policiamento mas também na frente económica. Estou ansioso de lhe dar as boas vindas em Timor num futuro não muito distante.

A nomeação duma pessoa tão eminente é um sinal da seriedade que o governo Irlandês e o Ministro dão à questão de Timor-Leste. Nós em Timor estamos encantados com a nomeação.

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Presidente Jorge Sampaio: Lessons from East Timor

International Herald Tribune - February 17, 2008
Opinion: Lessons from East Timor

The attempted assassination of President José Ramos Horta and other leaders of East Timor shows the vulnerability of the country's democracy. But it is also an opportunity to take an important step toward building the state.

At the time of my last visit as president of the Portuguese Republic, in February 2006, divisions were beginning to appear among the East Timor defense forces. During my talks with all the Timorese leaders, especially with President Xanana Gusmão and Prime Minister Mari Alkatiri, I underlined the need of the government to support its senior officers.

Unfortunately, the presence of international military forces, including detachments of the Portuguese National Republican Guard, under the framework of the United Nations continues to be necessary for security reasons. They should never have left.

The lesson to be taken from the crisis is the need to impose the authority of the state and of the armed forces of East Timor with firmness, for they can no longer tolerate an ambiguous co-existence with armed rebels.

Ramos Horta will have the opportunity to unite the Timorese leaders within the Council of State and other institutions.

The leaders who founded the Timorese state, such as Xanana Gusmão, Ramos Horta and Mari Alkatiri, must show that they continue united in essential matters.

This will not be the last crisis. But preventing the first new democratic state of the 21st century from becoming yet another failed state lies largely in the hands of Portugal, Australia and the UN. It would be a mistake to give up halfway. This warrants continued international effort and cooperation in East Timor.

Jorge Sampaio, Lisbon The writer is the former president of Portugal


Tradução:

Presidente Jorge Sampaio: Lições de Timor-Leste

International Herald Tribune - Fevereiro 17, 2008
Opinião: Lições de Timor-Leste

A tentativa de assassínio do Presidente José Ramos Horta e outros líderes de Timor-Leste mostram a vulnerabilidade da democracia do país. Mas isso é também uma oportunidade para dar um passo importante a caminho da construção do Estado.

Na altura da minha última visita como presidente da República Portuguesa, em Fevereiro de 2006, estavam a começar a aparecer divisões entre as forças de defesa de Timor-Leste. Durante as minhas conversas com todos os líderes Timorenses, especialmente com o Presidente Xanana Gusmão e o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, sublinhei a necessidade do governo apoiar os seus oficiais de topo.

Infelizmente, a presença de forças internacionais militares, incluindo destacamentos da Guarda Nacional Republicana Portuguesa, sob a moldura legal das Nações Unidas continua a ser necessária por razões de segurança. Nunca deviam ter saído.

As lições que se devem retirar da crise é a necessidade de impor a autoridade do Estado e das forças armadas de Timor-Leste com firmeza, porque não podem nunca mais tolerar uma co-existência ambígua com amotinados armados.

Ramos Horta terá a oportunidade de unir os líderes Timorenses dentro do Conselho de Estado e noutras instituições.

Os líderes que fundaram o Estado Timorense, como Xanana Gusmão, Ramos Horta e Mari Alkatiri, devem mostrar que continuam unidos em matérias essenciais.

Esta não será a última crise. Mas prevenir o primeiro novo Estado democrático do século 21 de se tornar contudo um outro estado falhado está largamente nas mãos de Portugal, Austrália e a ONU. Será um erro desistir a meio caminho. Isto permite um esforço internacional continuado e cooperação em Timor-Leste.

Jorge Sampaio, Lisboa O escritor é o antigo presidente de Portugal

REUNIÃO NACIONAL DE EX-QUADROS DA RESISTÊNCIA TIMORENSE

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

GRUPO COORDENADOR PARA A EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE RECONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DA RESISTÊNCIA TIMORENSE

GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

Comunicado de Imprensa

Díli, 21 de Fevereiro de 2008

Decorre em Díli, a partir do dia 22 e até ao dia 25 de Fevereiro, a Reunião Nacional dos Ex-Quadros da Resistência, para encerramento do processo de validação de dados dos Combatentes e Mártires registados, entre 2003 e 2005, pelas Comissões de Veteranos, com o intuito de proceder à última validação dos dados do Registo

A Lei sobre o Estatuto dos Combatentes da Libertação Nacional privilegia a militância organizada e pressupõe que os Combatentes participaram na luta, integrados e sob orientação das Estruturas da Resistência.

Malgrado as diversas operações de conferência de dados na base, que vêm tendo lugar em todo o País desde finais de 2005, subsistem falsidades no que respeita ao tempo de participação na Luta, ao último Posto/Cargo ocupado e às reais circunstâncias da morte.

Foram convocados à Reunião mais de 200 Ex-Quadros - Antigos Responsáveis ao nível Nacional, Regional, Sub-Regional e das Zonas, tendo sido ainda convidados Ex-representantes de 9 Organizações Independentes da Resistência.

Cumprindo com a Constituição da República Democrática de Timor-Leste e com o Programa do IV Governo Constitucional, vai concretizar-se em 2008 a Valorização da Resistência.

O Estado Timorense irá durante o corrente ano, e pela primeira vez, assegurar protecção social àqueles que dedicaram as suas vidas à luta pela independência e soberania nacional e participaram na Resistência contra a ocupação estrangeira.

À face da Lei sobre o Estatuto dos Combatentes da Libertação Nacional, terão direito a Pensões do Estado: os Combatentes Veteranos da Libertação Nacional, os Combatentes Idosos com mais de 8 anos de participação na luta a tempo inteiro, os Incapacitados para o Trabalho por acidente de guerra e um Familiar por Mártir da Libertação Nacional.

Para dignificar a Resistência e honrar os compromissos do Estado com os Verdadeiros
Combatentes e Mártires da libertação nacional, continuamos com a penosa missão de apuramento da verdade, de modo a vir a beneficiar apenas aqueles que, tendo cumprido com a História cumpram a Lei da República Democrática de Timor-Leste.

O Secretário de Estados para os Assuntos dos Combatentes da Libertação Nacional
& O Presidente da Comissão de Homenagem, Supervisão do Registo e Recursos

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Com os rebeldes a monte continua o estado de sítio

JN, 22/02/08

Apesar de reconhecer "a situação de acalmia que Timor-Leste tem vivido nos últimos dias", o Governo quer prolongar o estado de sítio porque "os elementos do grupo que atentou gravemente contra a ordem constitucional democrática continuam à solta e impunes", afirma, em comunicado, o primeiro-ministro Xanana Gusmão.

Enquanto isso, o director do Royal Darwin Hospital diz que Ramos-Horta "está ainda muito confuso" para falar sobre o atentado de que foi vítima no passado dia 11, "embora saiba ter sido alvejado". Len Notaras sublinha que "Ramos-Horta sabe, com certeza, que foi alvejado e que isso foi uma experiência traumática", acrescentando, contudo, que "poderá não se lembrar dos responsáveis pelo ataque".

O presidente timorense, que esteve, até anteontem, num regime de coma induzido, "não viveu os últimos dez dias da sua vida", lembrou Len Notaras.

Do ponto de vista interno, o Governo, através das autoridades policiais e militares e suportado pelas autoridades judiciárias, continua a realizar operações de busca dos elementos do grupo rebelde agora liderado por Gastão Salsinha, embora sem resultados visíveis.

Ontem, de acordo com o presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, a Irlanda manifestou-se pronta para acolher os soldados rebeldes como forma de ajudar a resolver a crise. "A Irlanda vai acolher os soldados amotinados que desejem iniciar uma nova vida, como por exemplo no sector privado", acrescentou o presidente interino timorense.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Friday, 22 February 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage


FBI agents meet PGR: The General Prosecutor of the Republic (PGR) Longuinhos Monteiro held a briefing with delegates from the Federal Bureau of Investigation (FBI) on Thursday (21/2). “The FBI delegation will be working together with the Australian Federal Police (AFP). I have briefed them on the mechanisms they should use while working in Timor-Leste,” said PGR Monteiro. PGR Monteiro also said that the continuing presence of the FBI and AFP in Timor-Leste is contingent on upon decisions made by the Public Ministry. (TP)

RTL News Coverage

SRSG meets Alkatiri: The Special Representative of the Secretary-General, Atul Khare, has met with Fretilin’s Secretary-General, Mari Alkatiri, to share information with each other. “Mr Khare used to come here every Wednesday to share and receive information from myself, the President, Prime Minister and the National Parliament President. Sometimes he meets me twice a week,” said Mr. Alkatiri.

Mr Alkatiri also claimed that the government is late in providing information to the public as to the motives behind Reinado’s attack on the residence of PR Ramos-Horta.

“It has caused a big confusion as until now we know nothing about what happened. Why was Alfredo killed? Who killed him? And why did Alfredo go to the PR’s residence? Who is behind all of this? There is still no clarification about all these issues,” said Mr. Alkatiri.

PNTL welcomes community criticisms: The Acting Commander of the National Police of Timor-Leste (PNTL) has said that criticisms from the community regarding PNTL activities are welcome because they motivate the PNTL to behave more professionally. “All criticisms motivate the PNTL,” said Commander Mateus. Commander Mateus also said that as the nation is in a fragile condition, constructive criticism and suggestions were needed to ensure professionalism was maintained by the police.

Horta recovering: President José Ramos-Horta is in a stable condition in the Darwin Royal Hospital and has recovered enough to begin talking to family members and visitors. “According to the doctors, the President still requires treatment in the Intensive Care Unit (ICU) room for one or two more weeks,” reported Paulino Quintas from the Royal Darwin Hospital.

Print Coverage

Irish Minister appeals for dialogue, not force: The Foreign Minister of Ireland, Mermot Aherm, has asked the State of Timor-Leste to use dialogue, rather than military force to solve the nation’s problems. “One person alone cannot find a solution to the conflict. There should be unity between all parts of the nation to create peace and stability,” said Minister Aherm. The Irish Foreign Minster also said that as a new nation, Timor-Leste would need some time create long lasting peace and harmony. (TP)

Government asks President to extend ‘State of Emergency’: The Government is set to ask the President of the Republic to extend the ‘State of Emergency’ during the meeting of the Council of Ministers held on Thursday (21/2) in the Government Palace in Dili. According to the Government, the situation remains calm, but the groups that attacked PR Ramos-Horta and PM Xanana are still at large. (TP)

Decision to extend UNMIT made this month: The Spokesperson of the United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper, said that the decision to extend the current mandate of UNMIT will be made this month. “The Security Council has held a meeting to look at the report of the progress made by UNMIT. This will take time to analyze, but before the 28th of this month, the result of decision to extend will be made,” said Ms. Cooper on Thursday (21/2) in her office in UNMIT HQ in Obrigado Barracks Caicoli, Dili. (DN)

Guterres: NP to give amnesty to Salsinha: The Acting President of the National Parliament, Vicente Guterres, said that amnesty will be provided to Salsinha and his group upon their surrender to ensure that their rights are protected. (DN)

ICI: UNMIT has no formal request: The Spokesperson of the United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper, said that there has been no formal request from the Government of Timor-Leste for UNMIT to establish an International Commission of Inquiry (ICI) as stated publicly by the media.

“Regarding the ICI, UNMIT has had no formal request. People are aware that the Acting President and the F-FDTL Commander are also talking about establishing an ICI, but there has been no formal request made to UNMIT to do so,” said Ms. Cooper on Thursday (21/2) in UNMIT HQ in Obrigado Barracks Caicoli, Dili. (DN)

TMR: PR Ramos needs to get back to TL: The F-FDTL Commander Brigadier Taur Matan Ruak said that he believes President José Ramos-Horta should get back to Timor-Leste as soon as possible to assume his position as the President of the Republic and the Supreme Commander of F-FDTL.

“I just want to say that as the condition of our President is improving, I need him to get back to Timor-Leste quickly,” said Commander TMR on Thursday (21/2) in Palacio das Cinzas Caicoli, Dili after briefing the Acting President of Republic Fernando ‘Lasama’ de Araújo. (DN)

Mari Alkatiri: “Government late in giving information”: Former Prime Minister and Secretary-General of Fretilin, Mari Alkatiri, has claimed that the government is late in providing information to the public as to the motives behind Reinado’s attack on the residence of PR Ramos-Horta.

“It has caused a big confusion as until now we know nothing about what happened. Why was Alfredo killed? Who killed him? And why did Alfredo go to PR’s residence? Who is behind all of this? There is still no clarification about all these issues,” said Mr. Alkatiri on Wednesday (20/2) in Farol, Dili after meeting with the Irish Foreign Affairs Minister, Dermot Ahern.

Separately, regarding the meeting with SRSG Atul Khare, Mr. Alkatiri said that the meeting was a regular meeting held between the SRSG, the PR and PM, himself and others. (DN)


Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Sexta-feira, 22 Fevereiro 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e do seus conteúdo não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias


Agentes do FBI encontram-se com PGR: O Procurador-Geral da República (PGR) Longuinhos Monteiro teve um encontro com agents do FBI na Quinta-feira (21/2). “A delegação do FBI vai trabalhar juntamente com a Polícia Federal Australiana (AFP). Informei-os dos mecanismos que devem usar enquanto trabalharem em Timor-Leste,” disse o PGR Monteiro. O PGR Monteiro disse ainda que a continuação da presença do FBI e AFP em Timor-Leste está na contingência de decisões tomadas pelo Ministério Público. (TP)

RTL Cobertura de Notícias

SRSG encontra Alkatiri: O Representante Especial do Secretário-Geral, Atul Khare, encontrou-se com o Secretário-Geral da Fretilin, Mari Alkatiri, para partilharem informação. “O Mr Khare costumava vir aqui todas as Quartas-feiras para partilhar e receber informação de mim próprio, Presidente, Primeiro-Ministro e Presidente do Parlamento. Às vezes encontra-se comigo duas vezes por semana,” disse o Sr. Alkatiri.

O Sr Alkatiri afirmou também que o governo se atrasa a dar informações à população quanto aos motives por detrás do ataque de Reinado à residência do PR Ramos-Horta.

“Isso tem causado uma grande confusão dado que até agora nada sabemos sobre o que aconteceu. Porque é que Alfredo foi morto? Quem é que o matou? E porque é que Alfredo foi à residência do PR? Quem é que está por detrás de tudo isto? Não há ainda nenhuma clarificação acerca destas questões,” disse o Sr. Alkatiri.

PNTL recebe bem críticas da comunidade: O Comandante em exercício da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) disse que as críticas da comunidade sobre as actividades da PNTL são bem recebidas porque motivam a PNTL a comportar-se de modo mais profissional. “Todas as críticas motivam a PNTL,” disse o Comandante Mateus. O Comandante Mateus disse ainda que a nação está num estado frágil, e que são necessárias críticas construtivas e sugestões para que o profissionalismo seja mantido pela polícia.

Horta recupera: O Presidente José Ramos-Horta está num estado estável no Darwin Royal Hospital e recuperou o suficiente para começar a falar a familiares e visitantes. “De acordo com os médicos, o Presidente vai requerer tratamento na Unidade de Cuidados Intensivos (ICU) durante mais uma ou duas semanas,” relatou Paulino Quintas do Royal Darwin Hospital.

Cobertura Impressa

Ministro Irlandês apela para diálogo, não força: O Ministro dos Estrangeiros da Irlanda, Mermot Aherm, pediu ao Estado de Timor-Leste para usar o diálogo, em vez de força militar para resolver os problemas da nação. “Uma pessoa sozinha não consegue encontrar solução para o conflito. Tem de haver unidade entre todas as partes da nação para criar paz e estabilidade,” disse o Ministro Aherm. O Ministro dos Estrangeiros da Irlanda disse também que como nação nova, Timor-Leste precisará de algum tempo para criar paz e harmonia duradoura. (TP)

Governo pede ao Presidente para prolongar estado de emergência: O Governo decidiu pedir ao Presidente da República para prolongar o estado de emergência durante a reunião do Conselho de Ministros realizada na Quinta-feira (21/2) no Palácio do Governo em Dili. De acordo com o Governo, a situação mantém-se calma, mas o grupo que atacou PR Ramos-Horta e PM Xanana continuam ao largo. (TP)

Decisão para prolongar UNMIT é tomada este mês: A porta-voz da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper, disse que a decisão para prolongar o mandato corrente da UNMIT será tomada este mês. “O Conselho de Segurança realizou uma reunião para analisar o relatório dos progressos feitos pela UNMIT. Este levará tempo a analisar, mas antes de 28 deste mês, o resultado da decisão para prolongar será tomado,” disse a Srª. Cooper na Quinta-feira (21/2) no seu gabinete na sede da UNMIT em Obrigado Barracks Caicoli, Dili. (DN)

Guterres: PN dará amnistia a Salsinha: O Presidente interino do Parlamento Nacional, Vicente Guterres, disse que será dada amnistia a Salsinha e ao seu grupo sob condição de se entregarem para garantir que os direitos deles serão protegidos. (DN)

ICI: UNMIT não tem pedido formal: A porta-voz da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper, disse que não houve nenhum pedido formal do Governo de Timor-Leste para a UNMIT estabelecer uma Comissão Internacional de Inquérito (ICI) conforme os media têm dito publicamente.

“Em relação à ICI, a UNMIT não teve nenhum pedido formal. As pessoas sabem que o Presidente interino e o Comandante das F-FDTL falaram também do estabelecimento duma ICI, mas não houve nenhum pedido formal feito à UNMIT para fazer isso,” disse a Srª. Cooper na Quinta-feira (21/2) na sede da UNMIT em Obrigado Barracks Caicoli, Dili. (DN)

TMR: PR Ramos precisa de regressar a TL: O Comandante das F-FDTL Brigadeiro Taur Matan Ruak disse que acredita que o Presidente José Ramos-Horta deve regressar a Timor-Leste logo que possível para assumir o cargo de Presidente da República e de Comandante Supremo das F-FDTL.

“Apenas quero dizer que o estado do nosso Presidente está a melhorar, preciso que ele volte para Timor-Leste rapidamente,” disse TMR na Quinta-feira (21/2) no Palácio das Cinzas Caicoli, Dili depois de informar o Presidente da República interino Fernando ‘Lasama’ de Araújo. (DN)

Mari Alkatiri: “Governo demora a dar informação”: O antigo Primeiro-Ministro e Secretário-Geral da Fretilin, Mari Alkatiri, afirmou que o governo demora-se a dar informação à população acerca dos motivos por detrás do ataque de Reinado à residência do PR Ramos-Horta.

“Isso tem causado uma grande confusão porque até agora nada sabemos sobre o que é que aconteceu. Porque é que o Alfredo foi morto? Quem é que o matou? E porque é que o Alfredo foi à residência do PR? Quem é que está por detrás disto tudo? Não há ainda nenhuma clarificação sobre estas questões,” disse o Sr. Alkatiri na Quarta-feira (20/2) em Farol, Dili depois de se encontrar com o Ministro Irlandês dos Negócios Estrangeiros, Dermot Ahern.

Em separado, sobre o encontro com o SRSG Atul Khare, o Sr. Alkatiri disse que o encontro foi um encontro regular que se realizou entre o SRSG, PR e PM, e ele próprio e outros. (DN)

PN - Agenda No. 67 /II

Gabinete de Relações Publicas

Plenária Extraordinária
Sexta-feira, 22 Fevereiro 2008

A Sessão Plenária Extraordinária de hoje foi presidida pela Vice-Presidente do Parlamento, Sra. Maria Paixão, coadjuvada pela Secretária da Mesa, Sra. Maria Terezinha Viegas e pela Vice-Secretária, Sra. Maria da Costa Exposto.

No período da Ordem do Dia o Plenário do Parlamento Nacional deu continuidade à discussão e votação na especialidade e final global do Projecto de Lei no. 3/II (“Regime do Estado de Sitio e Estado de Emergência”); foram hoje discutidos e aprovados os artigos 30º à 32º.

Depois de aprovação na especialidade, o Plenário do Parlamento Nacional, continuou a fazer Votação Final Global do Projecto de Lei n.º 3/II sobre “O Regime do Estado de Sitio e de Emergência ” com 41 votos a favor, 0 voto contra e 3 votos abstenções.

Na parte da tarde, o plenário discutiu e aprovou a renovação da Declaração do Estado de Sitio, conforme a mensagem do Presidente da República (interino) Sr. Fernando La Sama de Araújo através do Projecto de Lei no. 8/II, que solicita ao Parlamento a renovação do estado de Sitio com período adicional 30 dias.

Estiveram presentes a Sua Excelência o Primeiro Ministro, Sr. Kay Rala Xanana Gusmão e os membros do Governo.

O Primeiro Ministro fez a sua intervenção sobre a renovação da declaração do Estado de Sitio, com período adicional de 30 dias com suspensão do direito de livre circulação e recolher obrigatório entre 22h00 às 06h00 de manhã, porque a situação actual de Timor Leste ainda não é estável e os autores dos atentados ao Presidente da República e ao Primeiro Ministro ainda se encontram livres.

Renovação do Estado de Sítio foi aprovada com votação nominal com 34 votos a favor, 12 contra e 8 abstenções

East Timor sends more forces to hunt rebels

Reuters
Published: February 22, 2008

DILI: East Timor sent over 1,000 police and soldiers to sweep hills and raid homes on Friday in pursuit of rebels involved in last week's assassination attempts on the country's president and prime minister.

Rebel soldiers raided Jose Ramos-Horta's home last Monday, seriously wounding the president during a gunfight.

Prime Minister Xanana Gusmao, who escaped unhurt in a separate attack, ordered the country's military and police forces to form a joint command to arrest followers of rebel leader Alfredo Reinado.

Over 1,000 police officers and army soldiers paraded the streets of the capital, Dili, on Friday before embarking on the hunt for rebel soldiers in nearby hills.

"We promise we won't betray the confidence given to us. We promise we will restore peace and stability," military chief Taur Matan Ruak told a news conference.

Arrest warrants have been issued against 17 people suspected of involvement in the attack, including Gastao Salsinha who took command of rebel soldiers after Reinado was killed during the attack on Ramos-Horta.

Asia's youngest nation has been unable to achieve stability since hard-won independence in 2002. The army tore apart along regional lines in 2006, when about 600 soldiers were sacked, triggering factional violence that killed 37 people and drove 150,000 from their homes.

Foreign troops were sent to restore order in the former Portuguese colony of about one million people, which gained full independence from Indonesia after a U.N.-sponsored vote in 1999 that was marred by violence.

(Reporting by Tito Belo, Writing by Adhityani Arga, Editing by Sugita Katyal and Sanjeev Miglani)



Tradução:

Timor-Leste envia mais forças para caçar amotinados

Reuters
Publicado: Fevereiro 22, 2008

DILI: Timor-Leste mandou mais de 1,000 polícias e soldados para varrerem os montes e invadirem casas na Sexta-feira em perseguição aos amotinados envolvidos nas tentativas de assassínio ao presidente e primeiro-ministro do país.

Soldados amotinados invadiram a casa de José Ramos-Horta na Segunda-feira passada, ferindo gravemente o presidente durante um tiroteio.

O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso num ataque separado, ordenou às forças militares e policiais do país para formarem um comando conjunto para prender os seguidores do líder amotinado Alfredo Reinado.

Mais de 1,000 agentes da polícia e soldados participaram num desfile nas ruas da capital, Dili, na Sexta-feira antes de embarcarem na caça aos soldados amotinados nos montes próximos.

"Prometemos que não trairemos a confiança que nos foi dada. Prometemos que vamos restaurar a paz e a estabilidade," disse o chefe dos militares Taur Matan Ruak numa conferência de imprensa.

Foram emitidos mandatos de captura contra 17 pessoas suspeitas de envolvimento no ataque, incluindo Gastão Salsinha que assumiu o comando dos soldados amotinados depois de Reinado ter sido morto durante o ataque a Ramos-Horta.

A mais jovem nação da Ásia tem sido incapaz de alcançar a estabilidade desde a independência duramente conquistada em 2002. As forças armadas romperam-se em linhas regionais em 2006, quando cerca de 600 soldados foram despedidos, desencadeando violência de facções que matou 37 pessoas e levou mais de 150,000 das suas casas.

Tropas estrangeiras foram enviadas para restaurar a ordem na antiga colónia Portuguesa de cerca de um milhão de pessoas, que ganhou a independência total da Indonésia depois de um referendo patrocinado pela ONU em 1999 que foi manchado por violência.

(Relatado por Tito Belo, Escrito por Adhityani Arga, Editado por Sugita Katyal e Sanjeev Miglani)

Intervenção PM no Parlamento - prolongamento estado sítio

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
Gabinete de Imprensa
_________________________

Dili, 22 de Fevereiro de 2008

O Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão propôs ao Presidente da República interino a renovação da declaração de estado de sítio por um período adicional de 30 dias em todo o território nacional, com suspensão de direito de circulação durante o recolher obrigatório entre as 22h00 e as 06h00.

Numa intervenção hoje no Parlamento Nacional, o Chefe do Governo justificou a proposta pelo facto de “a actual situação que Timor-Leste atravessa ainda não pode ser considerada estável”, sublinhando que os autores dos atentados às vidas do Presidente da República e do Primeiro-Ministro ainda não foram capturados.

“Subsistem graves ameaças à estabilidade da nossa jovem Nação”, afirmou Kay Rala Xanana Gusmão, referindo-se, nomeadamente, à “existência de um grupo armado cuja localização é incerta” e à existência de “fortes indícios” de que um grupo de apoiantes de Reinado possa desencadear “acções de perturbação caso não seja mantida a situação de um estado de excepção”.

“Esta situação de existência de um grupo armado a desafiar a ordem constitucional é inadmissível”, considerou o Chefe do Governo, acrescentando que “as nossas Forças de Defesa e Segurança apontam para a existência de uma séria ameaça que tem de ser neutralizada”.

O Governo considerou atrasar a hora do início do recolher obrigatório – para as 22 horas – porque tem consciência do impacto que este tem na economia nacional.

“Sabemos que as actividades comerciais são prejudicadas pelo actual estado de sítio, sobretudo a restauração, que não tem o movimento que teria num clima normal e isso prejudica gravemente comerciantes e empresários”, justificou o Chefe do Executivo.

O Primeiro-Ministro defendeu, todavia, que se não for resolvido “definitivamente” o clima de instabilidade e “sensação de insegurança dos cidadãos”, o impacto económico no futuro “poderá vir a ser muito maior”.

“O Governo de Timor-Leste tem que garantir, em primeiro lugar, a segurança e a estabilidade do País, para depois se poder concentrar no desenvolvimento económico e social”, considerou.

O Chefe do Governo acrescentou ser do “interesse nacional, acautelar agora a adopção de formas de organização e medidas de caracter excepcional – mas que resolvam definitivamente o problema – para no futuro evitar que se repitam casos de perturbação às instituições democráticas, da vida pública e da vida em sociedade, garantindo o restabelecimento da ordem pública e a devolução do direito à segurança a todos os cidadãos”.

Kay Rala Xanana Gusmão revelou que neste próximo período de excepção, o Governo pretende accionar mais activamente as “Operações Especiais de Prevenção Criminal” e os “Regimes Especiais no âmbito Processual Penal para casos de Terrorismo, Criminalidade Violenta ou Altamente Organizada”, previstos nos Decreto-Lei nº2/2007 e Decreto-Lei nº 4/2006, respectivamente.

O Executivo solicitou ainda ao Presidente da República interino que seja prevista na declaração de estado de sítio a possibilidade de realização de buscas domiciliárias e detenções fora de flagrante delito durante o período nocturno, desde que precedidas do competente mandato judicial.

Na sua intervenção esta tarde no Parlamento Nacional, o Primeiro-Ministro fez “uma referencia especial” à cooperação desenvolvida entre as F-FDTL e a PNTL, “que têm trabalhado positivamente e unidos para o bem comum” na Estrutura Operacional de Comando entretanto criada e recordou os motivos pelos quais o Governo solicitou ao Presidente da República interino o estado de sítio, passando ainda em revista as medidas e acções que foram tomadas, tendentes a assegurar a ordem pública e garantir estabilidade da população.

“Durante estes dozes dias em que vivemos uma situação de «excepcionalidade democrática» foi possível acalmar os ânimos dos cidadãos timorenses e manter a ordem pública e estabilidade, assegurando assim os valores constitucionais colocados em causa”, concluiu Kay Rala Xanana Gusmão.

+FIM+

Secretaria de Estado do Conselho de Ministros - Comunicado à Imprensa - 22.02.2008

COMUNICADO À IMPRENSA

Díli, 22 de Fevereiro de 2008

Investigação dos atentados de 11 de Fevereiro:
Nenhuma denúncia contra as forças policiais ou militares


De acordo com informações prestadas pelo Procurador Geral da República, Longuinhos Monteiro, até ao este momento, desde a declaração do estado de sítio, não foi registada nem apresentada no Ministério Público qualquer denúncia contra as forças policiais ou militares.

Longuinhos Monteiro recordou que, na sequência dos atentados de que foram alvo o Presidente da República e o Primeiro Ministro e as pessoas que lhes prestavam segurança, no passado dia 11 de Fevereiro, e visando levar a cabo toda a actividade investigatória, o Ministério Público delegou competências na UNPOL no sentido de investigar os factos relacionados com os referidos ataques, face à mobilidade dos mesmos.

Isto sem que a Procuradoria Geral da República descure a fiscalização e supervisão de actos processuais que a UNPOL não podem realizar, nomeadamente, em casos de pedidos de mandados de busca e de detenção fora de flagrante delito.

Segundo o PGR, foram emitidos diversos mandados de notificação, tendo sido ouvidas cerca de vinte pessoas pela UNPOL. Paralelamente, foram emitidos pelo Juiz seis mandados de detenção aos suspeitos, sob a promoção do Ministério Público, e foi cumprido um deles, tendo sido constituída arguida uma pessoa.

Foram ainda emitidos mandados de busca e apreensão às residências de pessoas referenciadas como suspeitas, visando apreender objectos que tenham ligação aos factos ocorridos no dia 11 de Fevereiro.

Combate ao Dengue e Malária

Os serviços do Ministério da Saúde procederam durante esta semana à fumigação, pulverização e abatimento dos vectores nas áreas de risco de Dengue e Malária nos arredores de Díli. Por outro lado, preparou a compra de medicamentos feita pela comissão Ad Hoc em termos de emergência.

O Ministério informa ainda que foi ja solucionada a questão da utilização de ambulâncias doadas pelo governo coreano. Esta semana foram também empossados o director geral e o inspector do Gabinete de Inspecção, Fiscalização e Auditoria.

Foi ainda melhorada e fortalecida a qualidade da assistência de saúde nos campos de deslocados, ao nível da monitorização e da clínica ambulatória. A clínica ambulatória foi reactivada nas clínicas de deslocados do Aeroporto, Hera e UNITAL I e II.

O Ministério da Saúde realizou ainda uma acção de fiscalização do projecto de construção do Hospital de Referência, em Baucau. Foram também efectuados treinos e workshops nas áreas do IMCI, Planeamento Familiar, Vigilância Epidemiológica, Farmácia, HIV-SIDA, TBC e Malária.

Ministra da Solidariedade reúne
com chefes dos campos de deslocados

A Ministra da Solidariedade Social procedeu hoje à abertura da verificação de dados dos quadros da Resistência ou da estructura da Resistência.

Por outro lado, a governante reuniu-se com os coordenadores dos campos de deslocados, abordando a questão da distribuição de alimentos, nomeadamente, a redução da quantidade de arroz de oito para quatro quilos, mantendo o que havia anunciado anteriormente.

Paralelamente, a Secretaria de Estado da Assistência Social e Desastres Naturais substituiu vinte tendas no campo de deslocados situado junto à Academia de Polícia. Foram ainda registadas cinquenta famílias que pretendem regressar aos seus bairros de origem. Pertencem aos campos de deslocados de Dominicana Betó, Elizabeth Taibesse, Canossa Lecidere e Compound Care.
Registe-se ainda que decorre desde hoje e até segunda-feira uma reunião com os quadros da Resistência e ex-CNRT, em Balide, Díli, patrocinada pela Secretaria de Estado dos Assuntos dos Veteranos e Antigos Combatentes.

Paulo Ferraz
Assessor de Imprensa
Secretaria de Estado do Conselho de Ministros

Operação militar nas montanhas em curso

Esperemos que a operação militar comandada pelo General Matan Ruak corra bem e que não seja uma armadilha montada por alguns às FDTL...

Começou a operação militar das FDTL e da PNTL

Começou há poucos momentos uma operação conjunta das FDTL e da PNTL, de busca e captura dos suspeitos nas montanhas.

Mais uma detenção na família Pires?

Na quarta-feira à noite, a polícia esteve em vários lugares à procura da irmã de Angelita Pires, Lurdes Pires.

E outro exemplo da mesma publicação:

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1712214,00.html?iid=sphere-inline-bottom

Onde se pode ler coisas do género:

"In May 2006, half the Timorese army was dismissed following a strike protesting discrimination against soldiers from the west of the country."

"Em Maio de 2006, metade das forças armadas Timorenses foi demitida no seguimento duma greve de protesto contra a discriminação contra soldados da parte oeste do país."
(foram 600 militares, não metade das FDTL)

"The government had used the army to crush the strike with great brutality: at least five men died and many more were wounded. "

"O governo tinha usado as forças armadas para esmagar a greve com grande brutalidade: pelo menos morreram cinco homens e muitos mais ficaram feridos. "

(mas não dizem que depois "dos manifestantes"armados terem lançado uma granada e disparado sobre oficiais das FDTL, quando fugiam para Tacitolo)

"In a rambling — at times incomprehensible — conversation, Reinado accused the Australian government of installing Ramos-Horta as a puppet to preside over the oil-fuelled economy, said he feared his life was under threat by supporters of the leftist Fretilin party who still sought to rule the country"

"Numa errática — às vezes incompreensível — conversa, Reinado que acusou o governo Australiano de ter instalado Ramos-Horta como uma marioneta para presidir à economia alimentada pelo petróleo, disse que receava que sua vida estava sob ameaça de apoiantes do partido esquerdista Fretilin que procurava ainda governar o país "


(uma ajudinha à "versão oficial"...)

Impressionante a falta de rigor e profissionalismo destes jornalistas.

A desinformação no seu melhor:

Time/CNN

Warning Shot
Thursday, Feb. 21, 2008 By JOSHUA KURLANTZICK

The near-fatal shooting of East Timor President José Ramos-Horta on Feb. 11 shocked average East Timorese as well as the foreign governments that midwifed the birth of the new nation. Ramos-Horta needed eight liters of blood to stabilize his condition before being airlifted to a hospital in Darwin, Australia, where he is in serious, but stable, condition.

But the shootout in the capital Dili should not have been such a surprise. When most multinational peacekeepers flew out of Dili in the years after East Timor's formal independence in 2002, the world considered the country a victory of U.N. nation-building. The U.N. chief in East Timor, Sergio Vieira de Mello, was asked to duplicate his work as special envoy for Iraq (he was later tragically killed in Baghdad), and East Timor's former President Xanana Gusmão (now Prime Minister) declared that his country could be a model for other young, developing countries. Yet the billions poured into East Timor, and the thousands of aid workers who descended on tiny Dili, failed to solve the fledgling nation's critical problems. And when the world finally left, those fissures exploded.

Since independence, East Timor has lurched from crisis to crisis. It has been plagued by grinding poverty and constant, often violent, political infighting. Many of the country's leaders, in exile in Portugal or Mozambique during Indonesia's occupation, have aggravated the situation by failing to connect with the majority of their compatriots. Senior government officials live lives of relative luxury, in stark contrast to the lot of the vast majority of East Timorese. (Because Dili is a small town, it's not uncommon to see such officials dining in trendy Portuguese cafés situated near the poor and homeless squatting in tents.) Portuguese is the official language of the government, which means that most East Timorese, who speak Indonesian or the local language Tetum, cannot understand, or participate in, political discourse. The authorities have not launched effective job programs to retrain former guerrillas who fought Indonesia; for example, few ex-insurgents have been hired for the police force. Resentment among onetime fighters runs deep. On several occasions, only personal pleas to ex-guerillas from Gusmão, a former rebel leader, prevented violence from erupting.

Yet those early warnings, including riots across Dili in 2002, did not convince foreign peacekeepers — desperate to proclaim success and not to appear as occupiers — to stay longer. By 2005, most Australian soldiers went home, even though East Timor's leaders, including Ramos-Horta, had begged them not to leave too quickly. By 2006, the cracks in East Timorese society were impossible to miss. I visited the country that year and as I drove its length, passing pristine white beaches, lonely scuba divers and dilapidated Portuguese mansions, I met intensely angry former guerrilla fighters, some of whom had been sacked from the army. They had armed themselves with sticks and jungle slingshots and were heading for Dili to demand money, jobs and equal treatment for all East Timorese.

In a country where many people suffered horrifically under Indonesian rule, leaving scarred psyches, minor conflicts can easily escalate into major battles. In the first half of 2006, gangs of former guerrillas fought with one another and the authorities across Dili. The conflict spiraled, leaving entire areas of the city burned to the ground, and tens of thousands of East Timorese in temporary shelters.

After taking power in last year's presidential election, Ramos-Horta laid plans to address East Timor's many problems. He vowed to focus on reconciliation after the 2006 riots, and promised to remake the security forces to make them representative of East Timorese from both the east and west ends of the country — an acrimonious ethnic divide. But rogue militias are still around, and the police are still drawn mainly from just the west side. Moreover, unemployment is rising ever higher, the judiciary remains weak, and thousands of refugees who fled past fighting continue to languish in makeshift camps nationwide — a tinderbox waiting to explode.

Now that the Australians have returned to provide temporary stability, Ramos-Horta, when he recovers, and Gusmão must move quickly and simultaneously on several fronts. They can draw on the money that will flow in from East Timor's offshore oil reserves to create a New Deal kind of job corps for former fighters and young gang members. They should implement an aggressive demobilization program. They should rapidly shore up East Timor's institutions by reducing the use of Portuguese and recruiting international judges and lawyers for the courts. Only then can there be real peace. And only then will East Timor be truly independent.
***

Exemplos da "objectividade" dos vigaristas do costume:

"Many of the country's leaders, in exile in Portugal or Mozambique during Indonesia's occupation, have aggravated the situation by failing to connect with the majority of their compatriots. "

"Senior government officials live lives of relative luxury"

"Because Dili is a small town, it's not uncommon to see such officials dining in trendy Portuguese cafés"

"Portuguese is the official language of the government, which means that most East Timorese, who speak Indonesian or the local language Tetum, cannot understand, or participate in, political discourse"

"On several occasions, only personal pleas to ex-guerillas from Gusmão, a former rebel leader, prevented violence from erupting. "

"I met intensely angry former guerrilla fighters, some of whom had been sacked from the army."

"In the first half of 2006, gangs of former guerrillas fought with one another and the authorities across Dili. "

"the judiciary remains weak..."

"Now that the Australians have returned to provide temporary stability"

"They should implement an aggressive demobilization program"

"They should rapidly shore up East Timor's institutions by reducing the use of Portuguese"

Tradução:

Tiro de aviso

Quinta-feira, Fev. 21, 2008 Por JOSHUA KURLANTZICK

Os tiros quase fatais contra o Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta em 11 de Fev. chocaram o cidadão vulgar Timorense bem como os governos estrangeiros que ajudaram ao nascimento da nova nação. Ramos-Horta precisou de oito litros de sangue para estabilizar o seu estado antes de ser aerotransportado para um hospital em Darwin, Austrália, onde está num estado sério, mas estável.

Mas o tiroteio na capital Dili não devia ter sido uma tal surpresa. Quando a maioria das tropas multinacionais saiu de Dili nos anos depois da independência formal de Timor-Leste em 2002, o mundo considerou o país uma vitória de construção de nação da ONU. Ao chefe da ONU em Timor-Leste, Sérgio Vieira de Mello, foi pedido que fizesse o mesmo trabalho como enviado especial para o Iraque (mais tarde foi morto tragicamente em Baghdad), e o antigo Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão (agora Primeiro-Ministro) declarou que o seu país podia ser um modelo para outros jovens países em desenvolvimento. Contudo os biliões vertidos em Timor-Leste, e os milhares de trabalhadores humanitários que caíram na pequena Dili, falharam na resolução dos sérios problemas da jovem nação. E quando partiram, essas fissuras explodiram.

Desde a independência, Timor-Leste tem passado de um crise a outras crises. Tem sido atormentada por pobreza persistente e constante, muitas vezes violenta, luta política. Muitos dos líderes do país, em exílio em Portugal ou Moçambique durante a ocupação Indonésia, agravaram a situação ao falharem ligar-se com a maioria dos seus compatriotas. Funcionários de topo do governo vivem vidas de luxo relativo, em forte contraste com a sorte da vasta maioria dos Timorenses. (Como Dili é uma cidade pequena, não é invulgar ver tais funcionários a jantar em cafés Portugueses da moda situados perto dos pobres e sem casa refugiados em tendas.) O Português é a língua oficial do governo, o que significa que a maioria dos Timorenses, que falam Indonésio ou a língua local Tétum, não podem compreender, ou participar na discussão política.

As autoridades não lançaram programas de emprego eficazes para conter os antigos guerrilheiros que lutaram contra a Indonésia; por exemplo, poucos ex-insurgentes foram contratados para a força da polícia. Corre profundamente o ressentimento nos antigos guerrilheiros. Em várias ocasiões, apenas apelos aos ex-guerrilheiros por Gusmão, um antigo líder rebelde, preveniu que a violência irrompesse.

Contudo esses avisos anteriores, incluindo motins através de Dili em 2002, não convenceram as tropas estrangeiras — desesperadas em proclamar sucesso e não parecerem ocupantes — a ficar mais tempo. Em 2005, a maioria dos soldados Australianos voltou para casa, mesmo apesar de líderes de Timor-Leste, incluindo Ramos-Horta, ter pedido para não saírem tão rapidamente.

Em 2006, era impossível não ver as fendas na sociedade Timorense. Visitei o país nesse ano e quando guiava em toda a sua extensão, atravessando praias brancas cristalinas, mergulhadores solitários e mansões Portuguesas em ruínas, encontrei antigos guerrilheiros muito zangados, alguns dos quais tinham sido despedidos das forças armadas. Tinham-se armados eles próprios com paus e arcos da selva e iam na direcção de Dili a pedir dinheiro, empregos e tratamento igual para todos os Timorenses.

Num país onde muita gente sofreu horrivelmente sob a governação Indonésia, deixando mentes traumatizadas, pequenos conflitos podem escalar facilmente em batalhas maiores. Na primeira metade de 2006, gangues de antigos guerrilheiros lutaram uns contra outros e contra as autoridades através de Dili. O conflito espirilou, deixando áreas inteiras da cidade queimadas até às fundações e dezenas de milhares de Timorenses em abrigos temporários.

Depois de tomar o poder nas eleições presidenciais do ano passado, Ramos-Horta estabeleceu planos para responder aos muitos problemas de Timor-Leste. Ele prometeu o foco na reconciliação depois dos motins de 2006, e prometeu refazer as forças de segurança para a tornar representantes dos Timorenses de ambos os lados oeste e leste do país — uma divisão étnica azeda. Mas milícias párias ainda andam por lá, e a polícia ainda tem principalmente gente apenas do lado oeste. Mais ainda, o desemprego está a subir ainda mais, o sector judicial permanece fraco, e milhares de deslocados que fugiram nas lutes passadas continua a penar em campos improvisados em toda a nação — uma caixa de madeira à espera de explodir.

Agora que os Australianos voltaram para dar estabilidade temporária, Ramos-Horta, quando recuperar e Gusmão devem mexer-se rapidamente e simultaneamente em várias frentes. Podem retirar o dinheiro que entrará das reservas de petróleo offshore de Timor-Leste para criar um corpo de empregos tipo do New Deal para antigos guerrilheiros e jovens membros de gangues. Devem implementar um programa de desmobilização agressivo. Devem escorar rapidamente as instituições de Timor-Leste com a redução do uso do Português e recrutar juízes e advogados internacionais para os tribunais. Apenas então poderá haver paz real. E apenas então Timor-Leste será verdadeiramente independente.

***

Exemplos da "objectividade" dos vigaristas do costume:

” Muitos dos líderes do país, em exílio em Portugal ou Moçambique durante a ocupação Indonésia, agravaram a situação ao falharem ligar-se com a maioria dos seus compatriotas”
“Funcionários de topo do governo vivem vidas de luxo relativo”

” Como Dili é uma cidade pequena, não é invulgar ver tais funcionários a jantar em cafés Portugueses da moda”
“O Português é a língua oficial do governo, o que significa que a maioria dos Timorenses, que falam Indonésio ou a língua local Tétum, não podem compreender, ou participar na discussão política.”
“Em várias ocasiões, apenas apelos aos ex-guerrilheiros por Gusmão, um antigo líder rebelde, preveniu que a violência irrompesse”

"Encontrei antigos guerrilheiros muito zangados, alguns dos quais tinham sido despedidos das forças armadas.."

” Na primeira metade de 2006, gangues de antigos guerrilheiros lutaram uns contra outros e contra as autoridades através de Dili.”
“o sector judicial permanece fraco…”

”Agora que os Australianos voltaram para dar estabilidade temporária”
“Devem implementar um programa de desmobilização agressivo.”
“Devem escorar rapidamente as instituições de Timor-Leste com a redução do uso do Português”

Yankees, go home....

Os relatórios da ONU

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Um relatório à medida e por medida":

A ONU (UNMIT) foi a primeira a não respeitar as leis e is tribunais de Timor-Leste, quando pactuou com a protecção dada a Reinado durante ano e meio, mesmo quando recebeu uma ordem explícita do Tribunal para capturá-lo.

Perante isto, acho que não há dúvidas de que a ONU (UNMIT) não é imparcial em Timor. Como tal, qualquer "relatório" seu tem tanto valor como uma folha de papel em branco.

As palavras ocas da ONU...

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "UN peacekeeping chief congratulates Timor-Leste on...":

“O Sr. Reinado, que foi morto na luta durante o ataque à caravana do Sr. Gusmão, tinha sido alvo de investigações pela Comissão Independente Especial de Inquérito da ONU para Timor-Leste que fora organizada para examinar a violência mortal que irrompeu em Abril-Maio 2006.

Concluíra que o líder e o seu grupo eram razoavelmente suspeitos do cometimento de crimes durante esse período.” disse o Sr. Guéhenno."

Assim revelando a sua total INCOMPETÊNCIA e a cada vez mais visível vontade da ONU ao mais alto nível em alimentar a desinformação sobre o que de facto aconteceu em 11 de Fevereiro.

Pergunta Margarida:

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "Reunião do Conselho de Ministros Extraordinário de...":

1 - O motorista do Xanana, Adolfo Suarez dos Santos disse conforme texto do The Australian de 21/02 que “por volta das 6.15 am na última Segunda-feira, um dos conselheiros do Primeiro-Ministro, Joaquim Fonseca, lhe ligou a dizer que o complexo do Presidente José Ramos Horta estava sob ataque”, conforme:
http://timor-online.blogspot.com/2008/02/gusmao-driver-tells-of-headlong-flight.html

2 - Porém no texto da Lusa de 20/02 “Cronologia dos acontecimentos de 11 de Fevereiro relatados pela investigação das Nações Unidas” diz-se que foi apenas às “06:59 - Primeira chamada para o Centro Nacional de Operações, devido ao tiroteio” conforme:
http://timor-online.blogspot.com/2008/02/cronologia-dos-acontecimentos-de-11-de.html

3 - E no texto do smh.com.au de 18/02 lê-se que “ O Sr Fonseca disse que chamou o oficial de ligação civil da força de estabilização, Dillon Walsh, na linha directa por volta das 7.50 am na Segunda-feira (...) O Sr Fonseca disse que tinha acabado de falar com o Sr Gusmão no seu esconderijo” conforme:
http://timor-online.blogspot.com/2008/02/call-for-rescue-helicopter-ignored.html

Isto significa que o Xanana saiu de casa já DEPOIS do “incidente” do PR (e quando este estava prestes a chegar ao Hospital no Heliporto em Díli), despreocupadamente, pois nem telemóvel levou e o do seu condutor tinha a bateria em baixo!

Mas - tão ou mais espantosamente! - nem ele Xanana, sequer tomou a precaução de alertar as autoridades sobre os tiroteios que desde as 6.15 am sabia que tinham ocorrido na casa do PR, nem instruiu o seu conselheiro para o fazer pois é o próprio quem confessou que apenas às 7.50 contactou com a ISF!

Não acham que é NEGLIGÊNCIA a mais?

Governo pede forte presença da ONU no território

Nova Iorque, 21 Fev (Lusa) - Timor-Leste apelou hoje à ONU para que mantenha uma forte presença no país que ajude a consolidar a paz e a segurança, face aos recentes atentados contra o presidente e primeiro-ministro e ao "ambiente frágil e inconstante".

O embaixador da ONU para Timor-Leste, Nelson Santos, reconheceu, perante o Conselho de Segurança, a "inestimável contribuição das Nações Unidas e a necessidade da presença contínua e constante no país".

As Nações Unidas têm no território 33 observadores e cerca de 1.500 polícias internacionais e 1.200 civis.

"O governo acredita seriamente que a continuidade do compromisso das Nações Unidas é importante para estabilizar a situação, fortalecer as nossas instituições e consolidar a paz e a democracia", afirmou Nelson Santos, lembrando que o apoio da ONU é essencial durante as próximas eleições, agendadas para 2012.

ER.
Lusa/Fim

NOTA DE RODAPÉ:

A designação de "território" quando nos estamos referir ao país, deve ser evitada. Após a independência, muitos timorenses não gostam que seja usada a palavra "território" quando se referem a Timor-Leste. Por causa que durante tantos anos, Timor-Leste foi designado como "território de estatuto especial" ou "território ocupado".
Aqui fica a sugestão.

Apoio internacional deve continuar até país encontrar equilíbrio - Freitas do Amaral

Cidade da Praia, 21 Fev (Lusa) - O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros português Freitas do Amaral defendeu hoje que os apoios portugueses e internacionais a Timor-Leste devem continuar até que o país encontre um equilíbrio, assim as autoridades locais o queiram.

Em declarações à Lusa na Cidade da Praia, onde participou desde terça-feira num colóquio sobre a reforma administrativa, na qual está a colaborar, Freitas do Amaral afirmou ter acompanhado com muita apreensão os atentados do passado dia 11 contra o Presidente e o primeiro-ministro timorenses, respectivamente José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.

"Os votos que faço são para que rapidamente Timor-Leste possa encontrar um equilíbrio. Estes períodos de adaptação são sempre difíceis e também nós tivemos dificuldades entre 1974 e 1976", disse Freitas do Amaral na capital cabo-verdiana.

"Temos de ter compreensão. Não podemos nem devemos dar lições a ninguém, podemos é ajudar", acrescentou.

Freitas do Amaral era ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal em 2006, quando da revolta chefiada por Alfredo Reinado, então comandante da polícia timorense que depois de mais de um ano a monte acabou por ser morto nos ataques de dia 11.

Em 2006, numa conferência de imprensa dos principais responsáveis políticos de Timor-Leste, foi pedida a ajuda da GNR de Portugal, que se mantém no território desde então, recordou Freitas do Amaral.

Os apoios ao país, quer de Portugal, quer da ONU, quer de outros países amigos, devem continuar, se for essa a vontade das autoridades timorenses, disse.

FP.
Lusa/Fim

Ramos-Horta estará ainda "muito confuso" para falar sobre atentado - hospital

Lisboa, 21 Fev (Lusa) - O presidente de Timor-Leste "estará ainda muito confuso" para falar sobre o atentado de que foi vítima a 11 de Fevereiro, embora saiba ter sido alvejado, afirmou hoje o director do Royal Darwin Hospital.

Len Notaras sublinhou que José Ramos-Horta, ferido com gravidade num ataque contra a sua residência em Díli, em que o major Alfredo Reinado, principal suspeito, foi abatido a tiro, "terá consciência de que foi alvejado" e que estará ainda "confuso" sobre os pormenores.

"Ele (Ramos-Horta) sabe, com certeza, que foi alvejado e que isso foi uma experiência traumática. Quanto aos responsáveis pelo ataque e aos restantes pormenores, já não terei tanta certeza. Diria que, devido ao trauma, haverá provavelmente ainda grande confusão", afirmou Len Notaras à agência France Presse.

O director do Royal Darwin Hospital adiantou ser também "provável" que Ramos-Horta, já operado em cinco ocasiões - uma ainda em Díli e quatro naquela cidade do norte da Austrália -, esteja ainda "pouco seguro sobre os pormenores do ataque depois de ter estado inconsciente por tanto tempo".

O presidente timorense, que esteve até quarta-feira num regime de coma induzido, "não viveu os últimos dez dias da sua vida", lembrou Len Notaras.

"Assim que recuperar a capacidade de orientação, será já capaz de conseguir maior clareza nos seus pensamentos. Mas é preciso que o mantenhamos relaxado e livre de qualquer ambiente de stress para que possa permitir que o seu corpo recupere", acrescentou.

Hoje, em declarações à Agência Lusa, uma irmã de Ramos-Horta indicou que o presidente timorense continua a "recuperar bem", pergunta pela família e amigos, mas ainda não falou sobre o ataque que sofreu a 11 de Fevereiro.

"Ele está como ontem [quarta-feira]. A recuperar bem, não tem febre e tem uma voz mais clara", contou Romana Horta, salientando que o presidente timorense ainda não falou nem perguntou nada sobre o ataque, referindo-se apenas a familiares e amigos.

"Ele fica é com os olhos muito assustados quando houve algum barulho ou ruído maior. Contudo, não fala sobre o acidente e nós também não perguntamos", referiu, acrescentando que o presidente está acompanhado pela mãe, por um irmão e pelo cunhado João Carrascalão.

Um duplo atentado visou a 11 de Fevereiro o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, e o presidente e prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido e teve de ser transferido para Darwin.

O Royal Darwin Hospital salientou hoje, no último boletim médico sobre o presidente timorense, que Ramos-Horta está a "acordar lentamente da sedação" e confirmou que "disse algumas palavras aos seus familiares".

Os médicos dizem também que Ramos-Horta deverá continuar na unidade de cuidados intensivos por mais tempo e provavelmente será submetido a "outra cirurgia menor".

Os médicos australianos têm-se mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitindo que venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

JSD/DD/PNG.
Lusa/Fim

Parlamento Europeu condena eventuais "tentativas de aproveitamento da situação frágil"

Estrasburgo, França, 21 Fev (Lusa) - O Parlamento Europeu exortou hoje "todas as partes" em Timor-Leste a trabalhar em conjunto para restaurar a estabilidade social e política, condenando "quem tente tirar proveito da situação frágil" resultante dos ataques do passado dia 11.

A assembleia aprovou hoje à tarde, em Estrasburgo, uma moção conjunta, apresentada por cinco grupos políticos do hemiciclo - incluindo os dois principais, Partido Popular Europeu e Socialistas Europeus -, depois de um debate sobre a situação em Timor-Leste, em que os eurodeputados reclamaram uma investigação profunda ao sucedido.

A discussão no hemiciclo de Estrasburgo, realizada no quadro de debates sobre direitos humanos, democracia e Estado de Direito, foi agendada de urgência na semana passada, após o duplo atentado do passado dia 11, em que o chefe de Estado de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi gravemente ferido, enquanto o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, saiu ileso de uma emboscada.

Na resolução hoje aprovada (por braço no ar), da autoria, entre outros, dos eurodeputados portugueses Ana Gomes e Emanuel Jardim Fernandes (ambos do PS) e José Ribeiro e Castro (CDS-PP), o Parlamento Europeu manifesta a sua preocupação pela "mensagem de impunidade e desrespeito pelo Estado de Direito" que poderá ter sido passada em nome da reconciliação nacional e levado a esta situação.

Desse modo, a assembleia "recomenda que as decisões e ordens dos tribunais sejam prontamente respeitadas e aplicadas pelas autoridades timorenses, com o apoio, sempre que necessário, das forças internacionais no país".

O Parlamento Europeu solicita também um inquérito aprofundado, no quadro da moldura constitucional e legal de Timor-Leste, com o necessário apoio e cooperação internacional, com vista a "clarificar todos os pormenores da aparente tentativa de golpe de Estado e falha do sistema de segurança" e levar à Justiça os autores dos ataques.

Reiterando a sua solidariedade às autoridades timorenses, a assembleia insta a União Europeia e comunidade internacional a manterem e reforçarem o seu apoio ao país e sublinha o papel "de importância vital" das Nações Unidas no processo de consolidação do Estado, bem como "a importância da conduta dos países vizinhos de Timor-Leste", dos quais espera que "respeitem a favoreçam a estabilidade" da sociedade timorense.

A assembleia "condena quem, em Timor-Leste, tentar tirar proveito da situação frágil" no território, ainda em estado de sítio, exortando todas as partes a cooperarem com os órgãos políticos que saíram das eleições presidencial e legislativas de 2007.

No debate participaram quatro deputados portugueses - Ana Gomes, Ribeiro e Castro, Carlos Coelho (PSD) e Pedro Guerreiro (PCP) - tendo o eurodeputado comunista explicado que o Grupo de Esquerda Unitária não subscreveu a moção conjunta dos restantes por esta "escamotear toda a ingerência externa que tem visado condicionar e moldar as livres escolhas do povo timorense" e por a própria resolução em si constituir "um repositório de ingerência nos assuntos internos deste país".

José Ramos-Horta foi ferido a tiro na sua residência, num ataque em foi morto o major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar e que estava fugido à Justiça, enquanto Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada quando se deslocava entre Balíbar e Díli.

O presidente timorense encontra-se hospitalizado em Darwin, norte da Austrália, e já foi submetido a cinco intervenções cirúrgicas.

Na sequência dos ataques, as autoridades timorenses decretaram o estado de sítio no país, com recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00, tendo hoje mesmo o Governo solicitado o seu prolongamento.

ACC.
Lusa/fim

Superação da recente crise traduz progresso político - ONU

Nações Unidas, Nova Iorque, 21 Fev (Lusa) - O subsecretário-geral da ONU para as Operações de Paz, Jean Marie Guehenno, assegurou hoje em Nova Iorque que a superação da recente crise em Timor-Leste traduz o progresso político alcançado naquele país.

Jean Marie Guehenno, que intervinha no Conselho de Segurança da ONU, destacou o facto de não se terem voltado a registar "maiores incidentes de segurança" em Timor-Leste depois dos atentados do passado dia 11.

Num desses atentados, o presidente José Ramos-Horta ficou gravemente ferido e foi transferido para um hospital de Darwin, na Austrália, enquanto o primeiro-ministro Xanana Gusmão saiu ileso num segundo ataque.

Para o responsável pelas operações de paz da ONU, o governo, o parlamento e a oposição timorenses "actuaram de forma exemplar, e as instituições estatais funcionaram de acordo com a Constituição".

Na mesma sessão do Conselho de Seguranção, em que foi debatida a situação em Timor-Leste, à luz da renovação do actual mandato da Missão Integrada da ONU (UNMIT) - que termina no final do mês -, o representante diplomático timorense nas Nações Unidas, Nelson Santos, reafirmou a necessidade de manter os "capacetes azuis" no país.

Nelson Santos salientou que a situação de segurança em Timor-Leste continua "frágil e volátil".

EL.
Lusa/Fim

NOTA DE RODAPÉ:

Blá, blá, blá...

TEMOS DE DAR TEMPO AO TEMPO MAS SABER A VERDADE

Blog Timor Lorosae Nação
Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008
ACREDITEMOS QUE SOMOS CAPAZES, PORQUE SOMOS

Klaudio Berek

Felizmente nem tudo é ruim no que diz respeito a notícias relacionadas com Timor. Uma das boas notícias chegou-nos de Darwin e foi das melhores que nos últimos tempos os timorenses e o mundo receberam: Ramos Horta saiu do coma induzido e falou com a família!

Agora, menos preocupados, temos de dar tempo para que recupere absolutamente, de acordo com as perspectivas dos médicos e dos nossos desejos.

Uf, foi cá um susto!

Para além desta boa notícia ainda há outra: não se têm registado incidentes violentos de maior notoriedade em Timor. Isso é também é uma muito boa notícia.

Infelizmente tudo o resto é uma grande confusão. Ela ficou bem patenteada ontem na RTP quando o Presidente da República interino, Fernando Lasama Araújo, afirmou desconhecer a suspensão das actividades das FDTL no âmbito da “caça aos rebeldes”. Lamentável e inconcebível.

Evidentemente que a quem pertencia dar tal ordem era ao Comandante em Chefe das Forças Armadas, o PR interino, a mais ninguém. Então como é possível que ele, Presidente da República interino desconheça? Quem deu a ordem? Porque motivo as FDTL obedeceram a quem não tem poderes para lhes ordenar tal?

É grave, muito grave. Era bom que este assunto fosse esclarecido e que cada um se restringisse às suas competências, para não haver dúvidas. Sim, porque alguém extrapolou as suas competências e alguém obedeceu a quem não devia. Isso é indubitável e muito grave, repito.

Consta que quem deu a ordem foi o primeiro-ministro, por acumular a pasta da defesa… Mas não pode. Xanana tem de saber quais as suas competência ou continua a expor-se a que por todas estas acções indevidas o acusem por outras a que possa ser estranho, mas que encaixam perfeitamente no perfil.

Timor-Leste tem de ter nas suas mais altas hierarquias indivíduos que dêem o exemplo ao respeitarem o Estado de Direito e as regras constitucionais e democráticas, mesmo quando está sob a declaração de Estado de Sítio.

Xanana deve rever os seus impulsos e moderar os seus excessos no uso das competências que a Constituição lhe confere. É imprescindível que essa seja a prática e não o contrário, como está a ocorrer, como foi público, até com a PNTL. O abuso dos poderes é punível, está previsto na lei e não há PM ou PR que resista se não der o exemplo. Observância pela Constituição e contenção é o que importa praticar, jamais a violação das regras por parte das entidades constituintes dos órgãos governativos.

Isso será o garante da saída da maldita crise, caso contrário… adeus!

Não é por acaso que se estão a provar casos de abuso de responsáveis da PNTL, claro. O exemplo vem de cima!

O relatório preliminar da UNMIT foi ontem divulgado – só ontem! – e as conclusões a que podemos chegar é que houve efectivamente uma tentativa de emboscada a Xanana Gusmão.

Apesar de não haver testemunhas, o que é péssimo, estou crente que houve de facto “qualquer coisa”. O que foi, não conseguimos perceber. Até é muito provável que se destinasse só a pressionar Xanana.

Sinceramente, não estou a ver que o quisessem abater só com um atirador – como consta no relatório.

Este relatório é preliminar, temos de esperar por algo mais consistente. Contudo, é extemporâneo que façam as mais torpes acusações a Xanana sem que se saiba exactamente o que se passou naquela estrada. Há, de facto, certas coisas estranhas e alguns desacertos relativos às primeiras declarações do PM, mas o momento era de muita tensão e há que saber esperar por um relatório conclusivo, que não nos deixe em dúvidas.

Já no caso do presidente Ramos Horta tudo foi muito diferente, pelo que consta no relatório.

Pelos vistos havia mesmo a intenção de o matar. Quem tinha essa intenção, é que não está claro, naquele relatório.

Compete à balística proceder às peritagens que se impõem. Compete apreender a arma que alegadamente atingiu Reinado, assim como é importantíssimo encontrar a arma que disparou e ia matando o PR.

Cá está mais uma situação que dá lugar a termos muitas dúvidas: porque não foi logo apreendida e preservada a bom recato a arma que disparou e matou Alfredo Reinado? Compreende-se? As autoridades no local não sabiam que isso era importante?

Depois admiram-se que haja quem “imagine coisas”.

Sem precipitações, o melhor será aguardar. Depois cá estaremos.

Em relação ao desempenho dos senhores da ONU, penso que ninguém tem dúvidas sobre as incompetências reveladas. Então que coloquem em Timor quem seja competente.

Também o desempenho das ISF e UNPOL foram lastimáveis. Desempenho igual ou pior que o de um exército de segunda-linha, dos tempos coloniais.

Como sempre valeu-nos a competência da GNR. Daqueles é que deviam de estar lá mil!

Arsénio Horta, irmão do Presidente Horta, chamou-lhes cobardes. Diria mais, são autênticos vermes que estão em Timor para rechear as suas contas bancárias e nada mais.

Que alguém lhes ensine o caminho de regresso aos seus países, mas muito rapidamente, e que se encontre outra solução para a constituição de forças internacionais de segurança no nosso país, que inclua as nossas FDTL e PNTL para que de modo faseado se consiga a normalização dos seus desempenhos.

Fazendo uma auto-apreciação daquilo que constitui este pequeno texto considero que ainda há razões para admitir que um dia em Timor haverá paz e que vale a pena acreditar que somos capazes, apesar das interferências estrangeiras – cada vez mais flagrantes.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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