segunda-feira, outubro 20, 2008

Galp Energia entrega livros a escolas timorenses

Díli, 20 Out (Lusa) - Cerca de sete mil livros recolhidos numa campanha da Galp Energia em Portugal foram hoje entregues ao Ministério da Educação timorense na Embaixada de Portugal em Díli.

Os livros foram entregues simbolicamente pelo embaixador de Portugal, João Ramos Pinto, ao vice-ministro da Educação de Timor-Leste, Paulo Assis.

Os títulos, em português, serão distribuídos pelas escolas em todo o país.

Ao mesmo tempo, foi apresentada uma exposição de trabalhos efectuados pelos formandos timorenses dos cursos intensivos de português, que decorreram entre Julho e Setembro de 2008.

Paulo Assis declarou que “a escolha de reintroduzir a língua portuguesa em Timor-Leste foi dos timorenses, de mais ninguém, não de Portugal ou do Brasil”.

O vice-ministro da Educação agradeceu o esforço dos professores que trocaram os meses de férias no calendário anual para concretizar os cursos intensivos.

Durante dois meses de férias escolares, os cursos abrangeram 90 professores portugueses e 2100 formandos timorenses.

PRM
Lusa/fim

"Vizinhos" das Nações Unidas em Díli regressam a casa

Díli, 20 Out (Lusa) - Mais de 400 famílias deslocadas desde a crise de 2006 começaram hoje a sair do campo de Obrigado Barracks, em Díli, Timor-Leste.

As Obrigado Barracks são o quartel-general em Díli da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) e o campo de deslocados com o mesmo nome situa-se diante da entrada principal do recinto.

Desde 2006 que a área, em pleno centro da cidade, era usada para os milhares de deslocados e como parque de estacionamento de apoio à UNMIT.

Finn Reske-Nielsen, representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país e número dois da UNMIT, agradeceu “a boa vizinhança” dos deslocados.

O responsável da UNMIT pediu também, diante de algumas dezenas de pessoas presentes na cerimónia de encerramento do campo, que os deslocados regressassem a suas casas ou comunidades “sem incidentes”.

O secretário de Estado da Assistência Social e Desastres Naturais, Jacinto Rigoberto Alves, agradeceu a “paciência e boa vontade” da UNMIT em assegurar abrigo durante dois anos e meio aos deslocados do Obrigado Barracks.

Ao todo, o campo alberga 408 famílias registadas para receber apoio do Governo ao abrigo do programa de realojamento dos deslocados, inserido na Estratégia de Recuperação Nacional.

O Ministério da Solidariedade Social (MSS), conforme explicou Jacinto Rigoberto Alves, apenas garante apoio aos deslocados que pretendem e estão em condições de regressar às suas comunidades.

Os casos de conflitos pendentes ou outras impossibilidades serão analisados pelo MSS e PNUD, a partir das equipas de diálogo no terreno, esclareceu o secretário de Estado.

Apenas as famílias cujas casas foram destruídas ou danificadas entre 01 de Abril de 2006 e 31 de Outubro de 2007 têm direito ao pacote de apoio do Governo, de acordo com o nível de estragos em casa.

Para as famílias que não tenham tido as suas casas danificadas, o Governo decidiu, de qualquer forma, atribuir um subsídio de 200 dólares norte-americanos (cerca de 150 euros), para ajudar a sua reintegração nas comunidades.

O MSS decidiu também atribuir uma ajuda no mesmo montante a grupos de jovens que tenham vivido na mesma tenda nos campos de deslocados, sendo o subsídio atribuído por tenda.

O anúncio destas ajudas pelo secretário de Estado, ao megafone, foi recebido hoje com aplausos pelos deslocados do Obrigado Barracks.

“Não é um programa de ajuda à juventude”, ressalvou, no entanto, Jacinto Rigoberto Alves.

A 16 de Outubro, 106 famílias começaram a sair das instalações provisórias em Tasi Tolu, a oeste de Díli, com a assistência do MSS.

Com o regresso das famílias do Obrigado Barracks e do centro transitório de Tasi Tolu, eleva-se a 8.600 o número de famílias que receberam um pacote de ajuda à reintegração no âmbito da Estratégia de Recuperação Nacional.

Um total de 28 campos, de cerca de 50 existentes até há poucos meses na capital, foram já encerrados com este programa de realojamento.

Um décimo da população timorense, cerca de cem mil pessoas, ficou deslocada após a crise política e militar de 2006.

PRM
Lusa/fim

O MENINO QUE ROUBOU O SOL

Carlos Correia Santos

Imaginem um tempo sem luz. Um tempo de escuridão total. Breu eterno e por todos os lados. Assim estava o mundo. As trevas tinham tomado conta da terra. Uma interminável noite se arrastava pelos segundos, pelos minutos e pelas horas. O responsável por isso? Um menino!... Sim, um garoto que, por mera traquinagem, havia decidido apagar a luminosidade da vida. Pode até parecer absurdo... Pode até parecer loucura...


Mas Hélio tinha roubado o sol do céu. É verdade. Hélio roubou o sol do céu e o escondeu dentro de seu armário. A razão? Ele queria o Astro-Rei só para si. Não queria que mais ninguém o visse. Não. Não queria que mais ninguém sentisse seu calor. A força e magia solar seriam só suas. Só suas. Sozinho, Hélio ria e ria de sua façanha quando ouviu alguém bater a sua porta. Foi atender e deparou-se com uma estranha situação: uma mulher. À porta de sua casa havia uma mulher pálida como papel. Toda vestida de prateado. Uma dama que chorava e chorava. “Por favor, ajude-me”, foi pedindo ela.


O rapaz não soube como reagir. Acabou murmurando: “Mas ajudar em que? Ajudar como?”. Soluçando muito, a outra respondeu: “Meu amado... Quando essa escuridão toda começou, meu amado desapareceu... Por favor, ajude-me a encontrá-lo” O jovem ficou confuso. Imediatamente, pensou: o que tinha a ver com aquilo? Não tinha nada a ver com aquilo!... Ia fechar a porta com desinteresse e falta de tato, mas a senhora insistiu: “Ele trazia calor para tudo em volta... Ele enchia a existência de energia e cores... Era ele quem fazia as flores ficarem mais bonitas para mim... Era ele quem fazia meu horizonte ficar mais azul”.


Hélio começou a ficar tenso. Não era possível... Será que aquela mulher estava falando...? A dama prosseguiu: “Sem ele, o mundo vai morrer, entendes? Sem ele tudo vai secar. O amor se alimenta da luz que ele irradia... Sem amor não há vida... Por favor, ajude-me...”. Nosso pequeno amigo ficou comovido. Por fim, decidiu tomar a visitante pela mão e levou-a para o seu quarto. Lá chegando, tratou de abrir o armário para deixar o sol sair. A dama e o Astro-Rei primeiro se olharam com profunda emoção. Depois se abraçaram e foi como se todo planeta tremesse. Choraram estrelas. Muitas estrelas. O sol, agradecido, falou para o menino: “Obrigado por atender ao pedido de minha amada... No final das contas, foi bom isso tudo ter acontecido. Raramente podemos nos encontrar. O arrependimento transforma em luz qualquer ação ruim. Graças ao teu arrependimento... eu e minha amada Lua tivemos a chance de nos vermos de perto. Obrigado”.


Assim, de mãos dadas, o Sol e Lua saíram da casa de Hélio e caminharam lentamente para o firmamento. O curso natural das coisas se restabeleceu. Os dias e as noites voltaram a se alternar. Tudo no mundo recuperou sua beleza. O peito de Hélio passou a brilhar. E nunca mais se apagou.


*Carlos Correia Santos é poeta, contista e dramaturgo, autor selecionado no Edital Curta Criança do Ministério da Cultura e premiado pela Funarte na categoria teatro infanto-juvenil. Contatos: carloscorreia.santos@gmail.com / contista@amazon.com.br

Antropólogos forenses procuram as "vozes" do massacre de Santa Cruz

** Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa **

Díli, 18 Out (Lusa) - Entre a ciência e a tradição, há duas maneiras de fazer “falar” os mortos em Timor-Leste: com rituais ou com escavações.

Rituais acontecem mas, fora do trabalho da Unidade de Crimes Graves das Nações Unidas sobre os crimes de 1999, quase todos os ossos da violência em Timor-Leste estão por exumar.

Mesmo em relação a massacres como o do Cemitério de Santa Cruz.

Soren Blau, da Austrália, e Luis Fondebrider, da Argentina, antropólogos forenses, iniciaram em Julho deste ano a escavação relativa ao massacre de 1991, com a escavação de vários locais, nos arredores de Díli, em busca de restos mortais.

A primeira série de escavações, realizada na área de Tíbar, na periferia oeste da capital, “não revelou a existência de nenhuns restos humanos”, afirmou hoje Soren Blau à Agência Lusa.

O número de corpos por encontrar, ou de vítimas do massacre de Santa Cruz, “situa-se entre os 19 e os cerca de 400”. Os relatos diferem e muitos não são credíveis “ou são propaganda indonésia”, notam os especialistas.

O massacre de 12 de Novembro de 1991 nunca foi seriamente investigado, apesar de se tratar do momento de viragem na luta pela independência de Timor-Leste.

Esta lacuna e a importância histórica do massacre foi a motivação da Equipa Forense Internacional, um projecto de colaboração do Instituto de Medicina Forense de Victoria, Austrália, onde trabalha Soren Blau, e da Equipa Argentina de Antropologia Forense (EAAF), que Luis Fondebrider fundou em 1984 em Buenos Aires.

Soren Blau e Luis Fondebriderr trabalham neste projecto com financiamento da Cooperação Australiana (AusAid) e na base de um memorando de entendimento assinado com o governo de Timor-Leste.

“Isto não é chegar a um sítio e cavar um buraco. A nossa abordagem é diferente”, nota Luis Fondebrider.

O trabalho de Soren Blau e Luis Fondebrider foi explicado e articulado em contacto com cerca de 60 famílias de vítimas do massacre de Santa Cruz.

A mediação com os especialistas foi feita por Gregório Saldanha, um dos organizadores da manifestação de estudantes que foi reprimida no massacre, e de Jacinto Alves, membro de duas das comissões criadas para investigar a violência dos 24 anos de ocupação e de 1999.

“Antes de escavar é preciso conhecer os familiares e as comunidades (das vítimas) e tentar incorporar os rituais e processos religiosos no trabalho”, contou Luis Fondebrider.

A falta de resultados da equipa forense em Tíbar provocou a insistência das famílias na continuação do projecto.

“As famílias com quem trabalhamos não ficaram necessariamente satisfeitas com a nossa resposta e usaram os seus meios espirituais para tentar encontar o local” das valas-comuns, conta Soren Blau.

“Isso conduziu-nos a escavar em vários outros locais em Tíbar, que é uma área muito grande”.

As escavações continuaram a não produzir resultados.

“Passaram 17 anos do massacre. Há muita frustração (das famílias) e diferenças de aproximação entre ciência e espiritualidade”, acrescenta o seu colega argentino.

“Não é fácil explicar os conceitos científicos. A resposta era, por vezes, dizerem-nos que não tínhamos escavado suficientemente fundo”, recorda Soren Blau.

Luis Fondebrider integrou a equipa que, em 1997, descobriu na Bolívia os restos mortais do argentino-cubano Ernesto “Che” Guevara, o líder mítico da Revolução Cubana.

Essa descoberta aconteceu “ao fim de dois anos e meio de escavações”, sublinha o especialista argentino.

“Às vezes demora-se muito tempo. Não podemos abordar as escavações com um prazo fechado”, adianta o responsável da EAAF, que tem experiência da América Latina, Balcões e África (incluindo Angola).

“É um projecto de longo-prazo. O problema é que não temos uma equipa em permanência no terreno para recolher informação. Estamos a tentar criar essa equipa com pessoas daqui, para recolher provas, avaliar e decidir” onde escavar a seguir, afirmou o antropólogo argentino.

Apesar de tudo, explicou a especialista australiana, os mortos de Santa Cruz “falaram” por omissão: as escavações em Tíbar permitiram, pela “interpretação da paisagem”, negar relatos e falsas informações de que teria havido escavações anteriores ou mudança das valas-comuns.

Os dois especialistas vão voltar em Fevereiro, para continuar as escavações em Hera, alguns quilómetros a leste de Díli. Lá se encontram as únicas campas identificadas como sendo de vítimas de Santa Cruz.

As famílias estarão, como em Tíbar, velando dia e noite para ouvir os seus desaparecidos falar. E esperam ouvir o mesmo de sempre. “Querem a verdade”, resume Luis Fondebrider.

Lusa/fim

Blog de um Engenheiro Timorense

FUTURE ENERGY / ENERGY IS ESSENTIAL

Acerca de Luis Pereira:

I am an engineer, area specialized in Petroleum Engineering, Recently I am deepening my research on ALTERNATIVE ENERGY such as: Solar energy, wind energy and bio-diesel.

FRETILIN Leader: Parliament failed to fight government corruption (Timor Post)

PN leaders allow govt to do corruption, says opposition leader - Timor-Post, 10 October

Fretilin's parliamentary leader Aniceto Guterres said last Thursday that the National Parliament under the leadership of Fernando de Araújo 'La Sama' had been allowing the AMP government to engage in corruption by being passive in not demanding the requisite level of transparency from the AMP government.

Aniceto said that the president of the parliament had not kept his own promise he had made to the people in his maiden speech when he took office, in which La Sama said he would never allow the parliament to become a mouthpiece for the government.

"The promise of the President of the Parliament has gone with the strong winds and it has left us with the reality we can all see and witness today of corruption everywhere," said Guterres.

He also said that the President, Vice Presdients and parliamentary executive had systematically made the parliament a second rate state constitutional pillar and that it has blurred the principle of separation of powers between the pillars of the state.

He added that the leadership of the parliament failed to demand that the government present documents requested on the number of national and international advisers working for the ministry of finance and also the documents for the purchase of patrol boats.

He said that the Presidency of the parliament had also totally denied the democratic rights of the opposition during the debate proceedings on the 2008 state budget.

Answering these statements, president of the National Parliament Fernando de Araújo 'La Sama' said that the parliament can never be an opposition to the government because it's the parliament that forms the government.

He said that the parliament cannot evaluate the performance of the government and that this has to be done by the public.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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